Abidjan - Cinquenta prisioneiros ivoirienses da crise pós-eleitoral de 2010-2011 vão beneficiar de liberdade provisória, anunciou hoje (quarta-feira), em Abidjan, a justiça da Côte D'ivoire, uma medida interpretada como um gesto de apaziguamento do poder em relação a oposição, noticiou a AFP.
"O procurador da República (Richard Adou) ordena (...) esse dia a libertação provisória de 50 detidos da crise pós-eleitoral e procedeu ao descongelamento das contas bancárias de 31 personalidades no mesmo quadro", afirma um comunicado lido na televisão pública.
A Frente popular ivoiriense (FPI), partido do antigo presidente Laurent Gbagbo, em crise profunda, e o governo do chefe de Estado Alassane Ouattara, anunciaram no final de Dezembro de 2014 a retomada "no início do ano" 2015 do diálogo rompido desde Maio último.
A FPI pretendia, antes disso, evocar a questão "dos prisioneiros políticos, o problema dos exilados (...) a preparação das eleições gerais", antes da presidencial de Outubro de 2015, segundo Pascal Affi N'Guessan, o seu presidente.
Em 31 de Maio 2014, o poder tinha anunciado a libertação de 50 prisioneiros para marcar a retomada do diálogo, até então interrompido. Esse gesto foi interpretado como um sinal de apaziguamento a favor dos simpatizantes do ex-presidente Gbagbo.
Provocada pela recusa de Gbagbo em reconhecer a sua derrota eleitoral face a Ouattara, a crise terminou em duas semanas de guerra e a detenção da cúpula presidencial.
O presidente Ouattara já se declarou candidato à sua própria sucessão. A incerteza paira em relação a FPI, em plena crise, mas cuja participação ao escrutínio se afigura necessária para que as eleições sejam exemplares. Fonte: Aqui