sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

PRESIDENTE SENEGALÊS DENUNCIA PROVOCAÇÃO POR LIBERDADE DE IMPRENSA

Ouagadougou, Burkina Faso (PANA)   - O chefe do Estado senegalês, Macky Sall, explicou quinta-feira em Ouagadougou que, enquanto Presidente, ele não poderia aceitar a publicação do semanário satírico francês Charlie Hebdo no seu país onde 95 porcento da população é muçulmana.
"A questão da liberdade não deve causar provocação. Quando a carictaura se apoiar numa matéria extremamente sensível como a religião devemos ter atenção", afirmou Sall à sua chegada ao aeroporto internacional de Ouagadougou, no Burkina Faso, onde ele devia encontrar-se com as autoridades de transição.

Sall acrescentou que, enquanto Presidente, num país onde a maioria dos cidadãos pratica a religião muçulmana, ele não "pode aceitar tal publicação", fazendo alusão à manchete do último número do Charlie Hebdo e à proibição da venda desta publicação no Senegal. Quarta-feira última em Paris, um comando altamente armado fez irrupção na redação do Charlie Hebdo antes de disparar contra os seus ocupantes. No total 12 pessoas morreram, das quais os líderes históricos do jornal como Charb, Cabu, Wolinski, Tignous e Honoré e 11 outras ficaram feridas, das quais quatro gravemente.

Domingo último, Macky Sall e vários chefes de Estado e de Governo participaram em Paris numa marcha contra ato terrorista no jornal satírico, bem como outras ações terroristas de que foi vítima França.

"A minha presença ao lado de François Hollande (...) é uma manifestação da nossa solidariedade com França", pois "França foi vítima duma agressão  bárbara", disse Sall, acrescentando que este país europeu se engajou nos acontecimentos de 2013 no Mali com a operação Serval.

O Presidente senegalês disse, por outro lado, que ele continua constante "no apoio a França contra o terrorismo".


Leia também: Burkina Faso tolera venda de jornal francês Charlie Hebdo em seu território