Um novo hub de pesquisa e desenvolvimento de capacidades, com foco no desenvolvimento sustentável em África, vai começar as suas atividades já em junho. Chama-se Hub de Sustentabilidade para África – STEPS.
O hub, anunciado em novembro numa reunião de peritos da área no Quénia, pretende criar uma rede de investigadores africanos com interesse no desenvolvimento sustentável. David Ockwell, delegado executivo para os Caminhos Sociais, Técnicos e Ambientais para a Sustentabilidade do centro STEPS, localizado no Reino Unido, explica que o hub irá apoiar os africanos na altura de estes enfrentarem assuntos críticos na área do desenvolvimento, através de pesquisa e de desenvolvimento de capacidades. «Esta será uma rede de investigação que olhará para caminhos em favor dos mais pobres, nomeadamente aqueles que diminuem a produção de carbono e aqueles que abordam a transição energética em favor dos desfavorecidos», sublinha Ockwell, destacando que este hub será (pelo menos por agora) o único do género para África. Cosmas Ochieng, diretor executivo o Centro para Estudos Tecnológicos em África (ACTS), sediado no Quénia, que apoia o Centro STEPS na elaboração da sua rede, explica que «o alvo está em áreas como universidades, organizações com base em políticas locais e setor privado, para se reunir informação sobre temas a serem abordados por este hub. O plano é que o STEPS mobilize os seus próprios recursos junto de parceiros de desenvolvimento convencionais, e também com o setor privado».
Ochieng diz que o ACTS vai servir como um secretariado coordenador da informação dos stakeholders do STEPS, informação essa que definirá os problemas críticos a abordar quando o hub entrar em funcionamento. Espera-se que investigue e crie ao longo de pelo menos dez anos. Investigadores e políticos presentes na reunião que anunciou a criação deste hub, vindos do Quénia, da Tanzânia e do Uganda, disseram que a iniciativa chega «mesmo a tempo» de enfrentar os desafios pós-agenda de desenvolvimento para 2015.Todos identificaram a necessidade de mais energia como algo essencial para as economias que mais rapidamente crescem em África, bem como a importância de colmatar as desigualdades sociais no continente.
Nicholas Ozor, CEO da Rede de Estudos Políticos e Tecnologia para África, do Quénia, diz que este hub só terá sucesso se for movido pelos pedidos dos africanos. «Deve ser uma iniciativa participativa, que oiça e receba “inputs” africanos em termos de necessidades», sublinha, acrescentando que os stakeholders devem fazer parte da cadeia de valor, de modo a fazer desta uma iniciativa sustentável. Ainda de acordo com Ozor, África precisa muito de energia nas indústrias, para apoiar as inovações e os desenvolvimentos tecnológicos, e refere que esta é uma área na qual o hub deve centrar-se. «O desafio para esta iniciativa está na diversidade em termos de pedidos dos vários stakeholders envolvidos, podendo ser demorado o processo de definição de prioridades». Ozor pede, por fim, cautela aos governos africanos e à UA, para que se envolvam no hub e o apoiem com políticas e planos estratégicos que se revelem sustentáveis. Fonte: Aqui