O continente africano celebra esta segunda-feira, 25 de maio, 52 anos da criação, em Adis Abeba (Etiópia), da Organização de Unidade Africana (OUA), em carta assinada por 32 Estados de África já independentes na altura.
O ato constituiu-se no maior compromisso político dos líderes africanos, visando a aceleração do fim da colonização do continente.
No dia 25 de Maio de 1963 reuniram-se 32 chefes de Estado africanos, com ideias contrárias à subordinação a que o continente estava submetido há séculos (colonialismo, neocolonialismo e «partilha da África»).
Dessa reunião, nasceu a OUA (Organização de Unidade Africana). Pela importância daquele momento, o 25 de maio foi instituído pela ONU (Organização das Nações Unidas), em 1972, Dia da Libertação de África.
O dia representa também um profundo significado da memória coletiva dos povos do continente e a demonstração do objetivo comum de unidade e solidariedade dos africanos na luta para o desenvolvimento económico continental.
A criação da OUA traduziu a vontade dos africanos de se converterem num corpo único, capaz de responder, de forma organizada e solidária, aos múltiplos desafios presentes quando se trata de reunir as condições necessárias à construção do futuro dos filhos de África.
Entretanto, de todos esses pressupostos, é facto reconhecido que a libertação do continente do jugo colonial e o derrube do regime segregacionista do apartheid, durante anos em vigor na África do Sul, foram eleitas como as tarefas prioritárias da OUA. Mas, como esta se mostrou incapaz de resolver os conflitos surgidos continuamente em todas as partes do continente, os golpes de Estado tornaram-se uma prática quase comum.
A construção de uma verdadeira unidade entre os países-membros é ainda inexistente, sendo exemplos disto os golpes de Estado e as guerras civis no continente.
Economicamente, os indicadores também estavam na altura longe de serem animadores, concorrendo para isso a própria instabilidade militar e as múltiplas epidemias.
Assim, a 12 julho de 2002, em Durban, o último presidente da OUA, o sul-africano Thabo Mbeki, proclamou solenemente a dissolução da organização e o nascimento da União Africana, como necessidade de se fazer face aos desafios com que o continente se defronta, perante as mudanças sociais, económicas e políticas que se operam no mundo. Contudo, resolveu manter a comemoração do Dia de África a 25 de maio, para lembrar o ponto de partida, a trajetória e o que resta para se chegar à meta de «uma África unida e forte», capaz de concretizar os sonhos de «liberdade, igualdade, justiça e dignidade» dos fundadores.
Outro objetivo principal da UA continuará a ser a unidade e solidariedade entre os países e os povos de África, defendendo a soberania, a integridade territorial e a independência dos seus Estados-membros e acelerando a integração política e socioeconómica do continente, para realizar o sonho dos «pioneiros», que em 1963 criaram a OUA.
Dos 54 Wstados africanos, 53 são membros da nova organização. Marrocos afastou-se voluntariamente em 1985, em sinal de protesto pela admissão da auto-proclamada República Árabe Saharaui, reconhecida pela OUA em 1982.
Apesar de se registarem atualmente em África alguns conflitos de caráter político, pode-se dizer que a maioria dos países do continente possui governos democraticamente eleitos. De uma forma geral, estes são presidencialistas, com exceção de três monarquias existentes no continente: Lesoto, Marrocos e Swazilândia.
Parcerias são formadas diariamente ao abrigo da NEPAD (Nova Parceria para o Desenvolvimento da África), um instrumento da União Africana que se baseia em relações e acordos bilaterais num ambiente de transparência, responsabilização e boa governação. Fonte: Aqui