Bissau - Os deputados do principal partido da oposição e os excluidos do partido no poder na Guiné-Bissau reuniram-se esta quinta-feira, no Parlamento, apesar da suspensão dos trabalhos do órgão pelo presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), uma crise persistente que inquieta os parceiros internacionais, noticiou a AFP.
A sessão iniciou com várias horas de atraso, as portas estavam encerradas por ordem do presidente da Assembleia nacional Cipriano Cassamá.
O plenário reuniu 57 deputados, dos quais 41 do Partido de Renovação Social (PRS, oposição) e os 15 dissidentes do partido no poder, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
Enquanto isso, o líder do PAIGC, o ex-Primeiro Ministro Domingos Simões Pereira, cuja exoneração em Agosto de 2015 pelo chefe de Estado José Mário Vaz, fez eclodir à crise política, denunciou quarta-feira "um golpe de Estado orquestrado a partir da presidência".
"Existe uma dezena de pessoas que usurparam o poder por uma tentativa de golpe de Estado no Parlamento, para controlar todo o poder", declarou à margem do 43º aniversário do assassinato de Amílcar Cabral, herói da luta pela independência, apelando aos militantes e simpatizantes a "defenderem a vitória conquistada nas urnas".
Num comunicado, os cinco parceiros do país, dos quais a ONU, a União Africana e a União Europeia, exortaram os protagonistas para um "diálogo construtivo", condenando "todo o acto suspectível de colocar em perigo a estabilidade, a paz e a segurança, assim como o desenvolvimento económico do país".
O presidente da Assembleia Nacional Popular adiou sem data a retomada dos trabalhos esta quinta-feira por "falta de condições de segurança", segundo um comunicado, convidando os deputados a permanecer em suas casas até que se chegue a um consenso. Fonte: Aqui