Na entrevista ao jornal ASemana Carlos Reis, conselheiro de segurança nacional e ex.director da Polícia Judiciaria, revelou que durante a instrução do processo Lancha Voadora houve responsáveis que “entre duas palmadinhas nas costas a parabenizar pelo trabalho feito no processo Lancha Voadora vieram dizer: olhe lá, tenham calma, é preciso ter cuidado, vejam lá como fica a economia do país”. Questionado pelo jornalista no sentido de revelar quem foram esses responsáveis, Reis escusa-se a dizer respondendo “Como não tomei essas conversinhas como sérias, escuso- me a identificar aqui os seus autores”.
Reis defende, sem revelar nomes, que no referido processo muita gente “ficou em cima do muro”. Diz que se refere a gente de toda a ordem “cidadãos cabo-verdianos que durante muito tempo olharam para a lavagem de capitais como um motor económico, principalmente porque o tráfico acontecia lá fora”. E vai mais longe na sua explicação “o problema da lavagem além da hediondez do crime que representa, é que envolve muita gente e todos querem ficar em cima da muro. É gente que, directamente, não comete crimes como o narcotráfico, mas que se aproveita deles e vive das benesses oferecidas por quem os comete”. Fonte: NN