terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Crise política: JOSÉ MÁRIO VAZ AUSCULTA PARTIDOS POLÍTICOS

O Chefe de Estado da Guiné-Bissau recebeu hoje, 26 de Janeiro, em audiência separada, os líderes das diferentes formações políticas com assento no parlamento, para abordar a situação da crise política vigente no país.
 
Líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira (esq.) na audiência com o Presidente José Mário Vaz
 
À saída de auscultação os representantes dos partidos políticos prestaram declarações à imprensa.
 
LÍDER DO PAIGC EXIGE APLICAÇÃO DA LEI
 
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O líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, disse na sua declaração à imprensa que “nós não podemos ter ilusões, porque temos que aplicar a lei e ser bastante decisivos com o nosso compromisso com a lei”.
 
Simões Pereira lamentou o “tempo perdido e que está a ser perdida”, contudo assegurou que o seu partido acredita numa lógica de inclusão e de compromisso que foi inicialmente destruído.
 
“Apesar disso, acreditamos que estamos sérios a propor esse compromisso, essa inclusão e se for sério o PAIGC irá liderar” assegurou.
 
PRS PEDE RESPEITO A LEI LEGISLADA PELOS PRÓPRIOS DEPUTADOS
 
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O Secretário-geral do Partido da Renovação Social (PRS), Florentino Mendes Pereira, apelou pelo respeito à lei, porque “não há outra saída, se não respeitar as leis que são legisladas pelos próprios deputados da Nação”.

O dirigente dos renovadores reafirmou aos jornalistas que o PRS vai continuar com as suas sessões no hemiciclo, enquanto permanecer esta situação.
 
Relativamente a situação da Mesa de Assembleia da ANP, afirmou que o que houve é a destituição de dois deputados, mas não a destituição da Mesa de Assembleia.
 
“No sistema semi-presidencialista que vigora no país, não é o partido vencedor das eleições é que manda. Isto é uma confusão. Mas sim, quem consegue garantir a maioria parlamentar para fazer o governo funcionar é que manda no nosso sistema”, defende.
 
PCD PEDE AO PRESIDENTE QUE USE AS SUAS COMPETÊNCIAS FACE A RESOLUÇÃO DA CRISE
 
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Vicente Fernandes, presidente do Partido da Convergência Democrática (PCD), pediu o Presidente da República que faça uso das suas competências face aos instrumentos jurídicos ao seu dispor, por forma a resolver definitivamente esta querela política.
 
“Este país já está cansado de ter crises cíclicas nos períodos curtos, ou seja, de dois em dois meses”, referiu o político.
 
 
PND ACONSELHA JOMAV A PROSSEGUIR COM O DIÁLOGO
 
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Iaiá Djalo, presidente do Partido da Nova Democracia (PND), explicou à imprensa que aconselhou o Presidente José Mário Vaz de prosseguir com o diálogo, sobretudo convidando as partes no sentido de encontrar uma solução.

“Nós defendemos que a perda de mandato dos deputados de maneira como foi feita não é legal”, lembrou.
 
 
“UM” DEFENDE QUE A MAIORIA PARLAMENTAR SÓ É DECIDIDA NO INÍCIO DA LEGISLATURA
 
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O líder da União para a Mudança (UM), Agnelo Augusto Regala disse que “a maioria parlamentar é um assunto que é decidido no início da legislatura e não depois”.
 
No entanto, mostrou-se satisfeito com o Chefe de Estado que os garantiu que não é a sua intenção dissolver o parlamento.
 
Recorda-se o Presidente da República, José Mário Vaz, manteve no início de manhã de hoje audiência com os líderes dos partidos políticos sem assento no parlamento.

 Amanhã o Chefe de Estado vai prosseguir com a audiência com os titulares de órgãos de soberania, designadamente: o presidente da Assembleia Nacional Popular, Primeiro-ministro, presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Procurador-Geral da República e Presidente do Tribunal de Contas.
 
Por: Aissato Só
 
Foto principal: dw.com(Líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira (esq.) na audiência com o Presidente José Mário Vaz)