Bissau, 28 Jan 16 (ANG) – A Associação Guineense de Médicos Especialistas (AGUIME), é a nova organização dos profissionais de medicina que visa defender o sistema de saúde na Guiné-Bissau.
Em entrevista ao Jornal Nô Pintcha, inserida na edição de 26 de Janeiro, o presidente desta agremiação justificou que os seus membros estão preocupados com elevado nível de desorganização nos hospitais no país.
O Presidente de AGUIME disse que em consequência os guineenses deixaram de acreditar nos seus hospitais e passaram a procurar assistência médica e medicamentosa em Senegal.
Segundo o cardiologista, o objectivo fundamental de AGUIME é de congregar todos os médicos especialistas que operam no país e na diáspora para participarem e contribuírem na elaboração de uma Política Nacional de Saúde para que os guineenses deixem de pensar em “Junta Médica” ou ir procurar tratamento no exterior, e contribuir em parceria com a ordem, na formação de quadros e dar seguimento à carreira.
Mário Gomes disse que foi nesta base que se criou a AGUIME, que só viria a ser consolidada e legalizada em 2014, no Cartório Notarial de Bissau, e que conta com 15 especialistas como associados.
Afirmou que muitos médicos abandonaram a profissão para abraçar a política, onde financeiramente ganham mais, deixando para trás o salário de menos de 161 mil francos, (pouco mais de 240 Euros)porque, infelizmente as propostas de nomeações são encomendadas politicamente.
Por outro lado, realçou o papel que a Ordem dos Médicos e Farmacêuticos pode jogar na afirmação da classe, particularmente, na identificação dos verdadeiros profissionais, como é o caso da AGUIME apesar de a inscrição ser livre e voluntária.
Em relação à Junta Médica disse tratar-se de um processo cheio de vícios, acrescentando que não é propriedade dos médicos e muito menos do ministro da saúde.
“Ela é de Estado da Guiné-Bissau, razão pela qual o Governo deve avançar o mais rápido possível com sua revisão”, disse em entrevista ao semanário estatal.
Mário Gomes afirmou que foi presidente da Junta Médica durante seis anos e conhece muito bem os problemas que lá existem. Chegou a propor a organização de um fórum para discussão sobre esta problemática “que infelizmente foi bloqueada por razões que bem conheço”.
O presidente de AGUIME apelou a classe política para melhorar substancialmente os meios materiais, económicos e sociais dos médicos a fim de que possam trabalhar em clima mais apetecível, “porque a solução da Carreira Médica não é política mas sim científica”.
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