Por: Fernando Casimiro(Didinho), via facebook
Quem diz respeitar a Constituição e as Leis, perante uma crise e numa lógica de estar disponível para o diálogo para se ultrapassar a crise, deve privilegiar a moderação; deve abster-se de inflamar o ambiente de crise; deve evitar acusar continuamente a outra parte da crise de ser responsável pela crise mas também, de fazer outras acusações graves, como envolvimento no narcotráfico.
Nenhuma crise política ou institucional se define como tal apenas com um único protagonista.
Aproveitar cada data comemorativa elevada a um Simbolismo Nacional, para reduzir esse simbolismo a título partidário é um erro grave e mais grave se torna, quando aproveitado para desferir ataques directos contra a figura do Chefe do Estado.
Também se pode sugerir a quem acusa ou envolve directa ou indirectamente o Chefe do Estado nisto ou naquilo, que apresente provas...
A um cidadão comum, até se admite e compreende, o desabafo crítico ou até, acusador contra os órgãos de soberania, mas o mesmo não se compreende quando provém de partidos políticos que estão no Governo.
Como é que se quer promover uma coabitação saudável entre os órgãos de soberania?
Quem pensa que pode tirar do cargo um Presidente da República eleito por sufrágio universal e secreto, no caso concreto da Guiné-Bissau, senão através dum Golpe de Estado Militar?
Ora se as Forças Armadas já demonstraram que não estão para alinhamentos com os políticos nessa matéria, como continuar a confrontar o Presidente da República, da forma que se tem feito, se a via a seguir, para uma coabitação saudável, desejável e sustentável, seja com que Governo for, passa necessariamente pelo Presidente da República?
Há ausência de liberdade de expressão no país?
Há perseguição aos que criticam, insultam e humilham o Presidente da República e que é feito de forma pública?
Alguém foi detido ou espancado por manifestar o que quer que fosse contra o Presidente da República?
Não!
No passado, não era assim e todos sabemos disso!
Estamos, por isso, em Democracia obviamente!
O que vejo é que ao invés de se tentar resolver a crise, de forma construtiva, está-se a tentar resolver a crise pela "força circunstancial" que não se esgota num ou noutro posicionamento/decisão discutível e susceptível a recurso judicial.
Aguardamos todos, obviamente, que depois das auscultações promovidas pelo Presidente da República, haja uma comunicação ao país, sobre o resultado dessas auscultações e sobre a posição do Presidente da República.
Não adianta dizermos que respeitamos a Constituição e as Leis da República, desrespeitando o que a Constituição da República estabelece no seu ARTIGO 62°
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1 - O Presidente da República é o Chefe do Estado, símbolo da unidade, garante da independência nacional e da Constituição e Comandante Supremo das Forças Armadas.
2 - O Presidente da República representa a República da Guiné-Bissau.
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Podemos todos, enquanto cidadãos, criticar o desempenho do Presidente da República, sugerir-lhe novas orientações, nova postura, mas com respeito, seja ele fulano ou fulana, por ocupar o cargo de Presidente da República que lhe confere o grau de Chefe do Estado, que, ao abrigo da Constituição da República no nº 2 do Artigo 62º é a figura que representa a República da Guiné-Bissau.
Se o cidadão comum pode exteriorizar, desabafar, até de forma exagerada sobre posicionamentos do Presidente da República, até se compreende; o que não se compreende é que partidos políticos e suas lideranças; o Governo e por arrasto entidades e personalidades públicas continuem a afirmar que têm como seus propósitos, a defesa da Constituição e das Leis da República, reduzindo à vulgaridade o cargo de Chefe do Estado e o papel de Presidente da República, enquanto órgão de soberania da Guiné-Bissau.
Como é que se pretende promover uma coabitação saudável e sustentável perante uma crise que não se tenta resolver com o diálogo, com o reconhecimento dos erros, com a humildade, com o espírito de harmonia e fraternidade, tendo em conta o Interesse Nacional e o consequente desbloqueio da Guiné-Bissau rumo ao desenvolvimento e ao bem-estar colectivo?
Porquê convocar manifestações que visam acusar este ou aquele, quando o que precisamos é sensibilizar uns e outros para a necessidade do diálogo, da tolerância, da compreensão, visando consensos para o desbloqueio, para a viabilização do país?
Não estamos em campanha eleitoral. Porquê tantos comícios em forma de manifestações comemorativas de Datas Nacionais?
Querem o melhor para a Guiné-Bissau?
Então, sejam positivos e construtivos!
Positiva e construtivamente.
Didinho 30.01.2016