quarta-feira, 9 de março de 2016

20 MULHERES QUE INSPIRAM ÁFRICA E O MUNDO


Ontem, 8 de março, assinalou-se o Dia Internacional da Mulher. O Jeune Afrique decidiu elencar as 20 mulheres que, diz, inspiram o quotidiano de África mas também de todo o mundo. Podem não ser as mulheres mais conhecidas do continente, nem as mais influentes – aliás, os nomes «habituais» foram propositadamente deixados de fora –, reconhece o portal, mas têm algo de diferente, e a sua ação pode ser um exemplo para as gerações futuras. Aqui ficam as dez primeiras. Amanhã divulgamos as outras dez.
 
Eis as primeiras dez mulheres destacadas pelo Jeune Afrique.

Graça Machel – Moçambique
 
Aos 70 anos, continua a ser uma das mulheres mais respeitadas de África. Antiga mulher do Presidente moçambicano Samora Machel, com quem partilhou a luta pela independência, casou depois, em 1998, com Nelson Mandela, com quem ficou até à morte deste. Antiga ministra da Cultura moçambicana, consagrou-se no final dos anos 80 como defensora dos direitos das mulheres e das crianças. 
 
Alice Nkom – Camarões
 
Aos 70 anos já não conta as recompensas nem as ameaças de morte recebidas. Desde 2003 que se dedica à defesa dos homossexuais nos Camarões. Foi em tempos conselheira de Jillary Clinton. O seu grande objetivo é que o Supremo Tribunal camaronês declare anticonstitucional o artigo 347 do Código Penas, que pune a homossexualidade.
 
Zohra Drif Bifat – Argélia
 
Continua a ser um ícone da luta pela independência da Argélia. Aos 81 anos, a antiga mulher de Rabah Bitat, um dos líderes históricos da FLN, continua envolvida na política. É advogada, professora, antiga senadora, e próxima do atual Presidente argelino, Abdelaziz Bouteflika – que não deixa, ainda assim, de criticar. Além disso, opõe-se frequentemente aos projetos governamentais, sobretudo quando o tema é a família e os direitos das mulheres.
 
Germaine Acogny – Senegal
 
Aos 70 anos, esta senegalesa é considerada a fundadora da dança contemporânea em África. «Filha negra espiritual» de Maurice Béjart, foi uma das suas grandes estrelas, e dirigiu durante seis anos a sua escola, a Mudra Afrique, fundada com Léopold Sédar Senghor. Mais de 35 anos depois, Acogny dança a condição feminina, a representação de África nos media internacionais, o racismo… E não conta parar em breve.
 
Lupita Nyong’o – Quénia
 
Estrela em ascensão do cinema americano, bastou-lhe um papel (no filme 12 Anos Escravo) para esta atriz queniana, de 33 anos, se impor no circuito de extremo prestígio de Hollywood. Desde aí que não deixa de dar entrevistas e de se associar a marcas prestigiadas. Além disso, é uma fervorosa militante contra a caça furtiva e promove a beleza negra.
 
Genzebe Dibaba – Etiópia
 
Esta etíope, de 24 anos, foi eleita Atleta do Ano 2015. A distinção é particularmente importante por ter chegado antes dos Jogos Olímpicos deste ano, no Rio de Janeiro. Campeã do mundo dos 1500 metros, também corre os 5 mil. Em fevereiro, bateu também o recorde dos mil metros, que não são modalidade olímpica.
 
Folorunsho Alakija – Nigéria
 
Com uma fortuna pessoal estimada em 2015, pela revista pan-africana Ventures Africa, em 3,2 mil milhões de dólares, esta empresária nigeriana destronou a apresentadora norte-americana Oprah Winfrey do seu título de mulher negra mais rica do mundo. Alakija começou a sua carreira como secretária de um banco, no início dos anos 70. Depois de uma estada em Londres, regressou à Nigéria, lançando-se no setor petroleiro.
 
Angélique Kidjo – Benim
 
Uma convicta feminista, cantando as grandes causas humanitárias, a diva beninense recebeu, aos 55 anos, um terceiro Grammy, pelo seu álbum Sings. A diva, que junta influências de zouk, rumba, jazz, gospel ou música clássica, repetiu na ocasião o seu mantra, afirmando que a música pode eliminar barreiras e afastar a violência. «África ergue-se! África é positiva! África é feliz!», exclamou, numa mensagem que mereceu ser entendida.
 
Loubna Abidar – Marrocos
 
Esta atriz marroquina, de 31 anos, impôs-se graças ao seu papel de prostituta no filme Muito Amadas, do realizador Nabil Ayouch, proibido em Marrocos por «ofensas graves aos valores morais e à mulher marroquina». O trabalho de Abidar neste filme forçou-a a refugiar-se em França. Nomeada para «Melhor Atriz» nos Césares franceses, e já com prémios conquistados noutros festivais, a atriz insiste em defender a causa das mulheres marroquinas, apesar de já ter sido agredida na rua e das ameaças de morte que continua a receber.
 
Nathalie Koah – Camarões
 
Aos 28 anos, esta camaronesa tornou-se o centro de todas as críticas no seu próprio país. Porquê? Porque ousou rebelar-se e atacar na justiça a estrela nacional, o futebolista Samuel Eto’o, que acusa de ter publicado fotografias íntimas suas na internet, e sem o seu consentimento. Com o livro Revenge Porn, tornou-se um símbolo da luta das camaronesas pela independência quanto aos homens.
 
Fonte: Aqui