Leia em Francês e veja todas as fotos: Portraits : vingt femmes qui inspirent l’Afrique et le monde - jeuneafrique.com
Terça-feira, 8 de março, assinalou-se o Dia Internacional da Mulher. O Jeune Afrique decidiu elencar as 20 mulheres que, diz, inspiram o quotidiano de África mas também de todo o mundo. Podem não ser as mulheres mais conhecidas do continente, nem as mais influentes – aliás, os nomes «habituais» foram propositadamente deixados de fora –, reconhece o portal, mas têm algo de diferente, e a sua ação pode ser um exemplo para as gerações futuras.
Eis o segundo grupo de dez mulheres destacadas pelo Jeune Afrique. (O primeiro pode ser consultado aqui.)
Chimamanda Ngozi Adichie - Nigéria
Esta escritora nigeriana, de 37 anos, já vendeu mais de 500 mil exemplares do seu novo romance, Americanah, nos EUA e no Reino Unido. Vive dividida entre a Nigéria e os Estados Unidos, e nunca hesita em levantar a voz contra o extremismo, seja o do Boko Haram ou o dos homófobos.
Habiba Ghribi – Tunísia
É a primeira medalhada tunisina da história olímpica (Londres, 2012). E é a maior esperança do seu país para os JO do Rio de Janeiro, que decorrem este ano. Nomeada, no início de 2015, «Mulher Árabe do Ano» (uma distinção recebida em Londres), tornou-se também, aos 31 anos, um alvo dos extremistas tunisinos. Ao vencer a sua medalha de prata olímpica, suscitou a cólera dos radicais, ofendidos pelas suas imagens «semidesnuda e indecente».
Aïssa Dione – Senegal
Filha de mãe francesa e pai senegalês, é uma feroz defensora do «Made in Africa». Primeiro conquistou Dakar, e depois mercados e marcas maiores, como a Hermès ou a Paco Rabanne, exportando as suas criações para todo o mundo. É internacionalmente conhecida no meio da moda.
Marie Diongoye Konaté – Costa do Marfim
A sua empresa, a PKL, faz concorrência a grandes multinacionais, como a Danone ou a Nestlé, na Costa do Marfim. A marca ocupa o segundo lugar em termos de vendas de alimentação para bebés. Lançada em 1994, com um investimento inicial de cerca de mil dólares, a PKL tem hoje um volume de negócio anual na ordem dos 2,2 milhões de dólares.
Irène Koki Mutungi – Quénia
Esta piloto queniana foi a primeira mulher africana da história dos transportes aéreos a conseguir o grau de comandante de bordo. É filha de um piloto, e desde a infância que quis ser como o pai. Foi a primeira mulher-piloto da Kenya Airways, sendo admitida em 1995, depois de se formar nos EUA, e voa hoje, aos 37 anos, aos comandos de um Boeing 787 da companhia queniana.
Thérèse Iza Kirongozi – RDC
Esta engenheira de 4 anos inventou androides munidos de câmaras e equipados com painéis solares. Servem para regular o tráfego rodoviário na RDC. Emprega uma dezena de pessoas a tempo inteiro e muitas outras a tempo parcial, para conceber e montar estes «gigantes». O seu trabalho está hoje presente em África e também na Europa, e Angola, Congo, Costa do Marfim e Nigéria serão provavelmente os próximos clientes.
Hakima El Haité – Marrocos
Numa altura em que as questões ambientais são particularmente importantes em África, a atual ministra do Ambiente marroquina pôs em marcha uma política ativa e ambiciosa para tornar o país mais «verde». Futura presidente d COP 22, que decorrerá em novembro, em Marraquexe, apostou em que Marrocos entre numa trajetória de durabilidade e sustentabilidade ambiental.
Thuli Madonsela – África do Sul
Mediadora sul-africana desde 2009, leva a cabo uma luta ativa contra os abusos e as disfunções do poder. Aos 53 anos, é uma das mais ferozes críticas de Zuma e dos seus alegados comportamentos corruptos. É uma verdadeira lutadora pela transparência, e representa a esperança de uma grande parte da população de colocar um ponto final na corrupção e no abuso de bens públicos.
Dambisa Moyo – Gâmbia
Foi uma das primeiras economistas a chamar a atenção para o lado negativo das políticas internacionais de desenvolvimento. Aos 47 anos, gosta de salientar as oportunidades de que o continente dispõe. Através de estudos económicos, refuta a ideia de um continente que precise de assistência permanente.
Aicha Chenna – Marrocos
Hoje com 73 anos, foi a primeira a quebrar o tabu do aborto em Marrocos. Em tempos foi enfermeira, e ao longo de 30 anos trabalhou em favor das mães solteiras na sua associação, a «Solidariedade Feminina», fundada em 1985 e que ajuda mulheres isoladas e muitas vezes rejeitas pela sociedade. Em maio de 2015, conseguiu provavelmente a grande vitória da sua vida, com a legalização do direito ao aborto em meio hospitalar.
Fonte: Aqui