Mininus ta sutado pó cedu na ki terra!
48% das moçambicanas casam antes dos 18 anos, uma situação agravada pela ineficiente implementação da legislação, disse a oficial de programa no Fórum da Sociedade Civil para os Direitos da Criança.
48% das moçambicanas casam antes dos 18 anos, uma situação agravada pela ineficiente implementação da legislação, disse a oficial de programa no Fórum da Sociedade Civil para os Direitos da Criança.
«Esta situação é lastimável e este dado revela que são necessárias medidas urgentes para combater este mal», defendeu Mwema Uaciquete, apontando a pobreza, os altos índices de analfabetismo e os hábitos culturais como as principais causas dos casamentos prematuros em Moçambique.
Para Mwema Uaciquete, a realidade das zonas mais isoladas demostra que as raparigas sem acesso à educação são as mais propensas aos casamentos prematuros, uma situação que, segundo a ativista, exige do governo dinamismo nas políticas de expansão do ensino pelos distritos.
«A situação é muito mais complexa nas zonas rurais», lamentou Mwema Uaciquete, referindo que, devido à gravidade da situação, organizações da sociedade civil criaram uma coligação designada CECAP (Coligação para Eliminação dos Casamentos Prematuros), composta por mais de 40 associações.
Os dados avançados pela ativista moçambicana indicam que as províncias de Nampula e Cabo Delgado, no norte do país, e Manica, no centro, são as mais afetadas pelo problema, com 62%, 61% e 59% a casarem-se antes dos 18 anos, respetivamente.
A aprovação, em dezembro de 2015, da estratégia nacional de prevenção dos casamentos prematuros e combate a estes constitui um passo na luta contra o problema, mas, entretanto, alerta Mwema Uaciquete, o governo precisa de garantir a aplicação efetiva deste mecanismo. «Nós precisamos de garantir que efetivamente estas leis que lutam contra os casamentos prematuros sejam aplicadas», concluiu a ativista moçambicana, convidando mais organizações da sociedade civil a unirem-se para combater o problema. Fonte: Aqui