quinta-feira, 17 de março de 2016

SEIS AFRICANAS QUE FAZEM A DIFERENÇA NA CIÊNCIA

África também se move na ciência. O Next Einstein Forum (NEF) decorreu de 8 a 10 de março, em Dakar, e quis mostrar isso mesmo: que há ciência, e de qualidade, a acontecer no continente. Os cientistas africanos foram convidados a mostrar os seus trabalhos. Deles, 40% eram mulheres. E o portal Jeune Afrique aproveitou a deixa e elaborou uma lista de seis cientistas africanas talentosas.
 
Quarraisha Abdool Karim – uma lutadora contra o VIH
 
Laureada com o prémio L’Oréal-UNESCO para a Ciência em 2016, esta epidemiologista sul-africana concebeu ferramentas simples e eficazes para que as jovens – as mulheres entre os 15 e os 24 anos são as mais afetadas no seu país – se protejam do VIH. Após recolher testemunhos de prostitutas, teve a ideia de desenvolver um gel microbicida e também um anel vaginal, dois métodos que reduzem os riscos de infeção em perto de 40%.
Rajaa Cherkaoui – a exploradora de partículas
 
Especialista em física nuclear, esta astrofísica marroquina faz parte da equipa de investigação ATLAS, que descobriu o Bosão de Higgs – a partícula responsável pela criação de massa no universo. É professora na Universidade Mohammed V-Agdal, em Rabat, e também trabalha em liceus e em clubes de ciências nos bairros pobres. Acredita que o interesse pelas ciências tem de ser impulsionado, sobretudo junto das raparigas, desde muito cedo, para que depois tenham vontade de seguir carreiras nesta área.
 
Halima Benbouza – caçadora de OGM
 
Laureada com o prestigiado prémio norte-americano Women in Science Hall of Fame, em 2014, esta técnica de biologia argelina dirige o Centro de Pesquisas em Biotecnologia (CRBt), em Constantina. A genética fascina-a, e trabalha sobretudo com a deteção de organismos geneticamente modificados (OGM) na alimentação. Pretende elevar as pesquisas do seu centro aos padrões internacionais, e por isso firmou parcerias com centros de investigação ocidentais, para beneficiar da experiência destes em matéria de segurança biológica e integridade das investigações.
 
Segenet Kelemu – um Demétrio de camisa branca
 
Esta bióloga etíope descobriu como reproduzir as plantas mais resistentes às doenças e às alterações climáticas, a fim de alimentar o gado de uma forma ecologicamente sustentável. Laureada com o prémio L’Oréal-UNESCO para a Ciência em 2014, foi a primeira mulher a integrar a Universidade da Etiópia, e hoje dirige o Centro Internacional de Fisiologia dos Insetos e de Ecologia (ICIPE), em Nairobi, no Quénia. 
 
Sherien Elagroudy – alquimista dos dejetos
 
Nomeada «Young Scientist» no Fórum Económico Mundial de 2013, esta jovem engenheira egípcia procura formas de valorizar os dejetos humanos, transformando-os em combustíveis sólidos. Trabalha no Centro de Excelência de Gestão dos Dejetos Sólidos, instituição que ela fundou, na Universidade Ain Shams, no Cairo.
 
Francine Ntoumi – investigadora molecular avant-garde
 
Foi a primeira mulher africana a receber o prémio Georg-Forester, que distingue investigadores por trabalhos feitos no seu país de origem. Foi também a primeira investigadora congolesa a publicar na célebre revista norte-americana Science. Esta bióloga faz já numerosos trabalhos sobre o paludismo, sobretudo no âmbito da sua tese, feita no Instituto Pasteur, em Paris. Milita por mais e melhor espaço para a ciência em África, e criou em 2008 a Fundação Congolesa para a Pesquisa Médica em Brazzaville. Fonte: Aqui