"Vamos continuar aqui" e "aguardar pelos presidentes", ou seja, "a delegação da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) que está para chegar a Bissau", referiu Agnelo Regalla, ministro da Comunicação Social do executivo cessante, quando questionado sobre o que o grupo no palácio pretende fazer.
Os chefes de estado e de governo da CEDEAO nomearam uma delegação presidencial para avaliar a crise política na Guiné-Bissau durante um encontro realizado no sábado em Dacar, capital do Senegal.
A delegação inclui os presidentes da Guiné-Conacri, Senegal e Serra Leoa e deverá "encontrar-se com as partes interessadas na crise política da Guiné-Bissau, a fim de avaliar melhor a situação no país", foi anunciado no comunicado final da reunião.
No entanto, não foi adiantada nenhuma data para a chegada da comitiva presidencial a Bissau.
O primeiro-ministro do Governo demitido, Carlos Correia, que se encontra fora do Palácio do Governo, tentou entrar cerca da meia-noite passada, mas foi impedido pelas autoridades guineenses.
Diversos elementos impedem desde domingo as entradas no palácio depois de o Ministério Público ter feito um ultimato para os membros cessantes deixarem o local.
"A situação mantém-se: ninguém entra. Só é permitida a saída de quem aqui está", referiu hoje Agnelo Regalla à Lusa, acrescentando que o ambiente mantém-se calmo.
Os membros do executivo demitido a 12 de maio, de maioria PAIGC, ocupam as instalações como protesto contra a entrada em funções de um novo governo.
Consideram que o Presidente da República, José Mário Vaz, violou a Constituição ao dar posse na sexta-feira a um executivo que não resulta da vontade do PAIGC, partido que venceu as últimas eleições (2014).