terça-feira, 5 de setembro de 2017

ÁFRICA DO SUL: AGÊNCIA BRITÂNICA EXPULSA DA PRCA POR PROVOCAR TENSÕES RACIAIS

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Londres - A agência britânica Bell Pottinger foi excluída segunda-feira da Associação profissional nacional do sector das relações públicas (PRCA, na sigla em inglês) por ter organizado, segundo colaboradores do poder sul-africano, uma campanha susceptível de "atiçar as tensões raciais" neste país.

A agência foi acusada pela empresa Oakbay, dirigida pela família Gupta ligada ao presidente sul-africano Jacob Zuma, de preparar uma campanha para promover um recital do "apartheid económico" no país e a necessidade de uma "emancipação económica" da população negra.

Alguns elementos da campanha "tinham como alvo empresas ou indivíduos ricos, sendo divisores (...) ou ofensivos, em violação das regras éticas ", segundo um relatório independente liderado pela PRCA, que salienta o uso de certos slogans como "o monopólio branco do capital".

A direcção da Bell Pottinger reconheceu que o conteúdo da sua campanha era "inadequado". O seu director geral, James Henderson, demitiu-se no domingo.

"A natureza dos documentos apresentados pela Bell Pottinger era susceptível de provocar tensões raciais e é realmente o que se passou", disse a PRCA no comunicado que anunciou a exclusão da agência.

Na origem desta acção da PRCA, o principal partido da oposição sul-africana, a Aliança Democrática (DA), congratulou-se com a decisão.

"Serão necessários anos para o nosso país reconstruir as frágeis relações raciais, que a Bell Pottinger e os Gupta tentaram explorar para o seu próprio benefício financeiro", reagiu a DA num comunicado.

O ANC dirige a África do Sul desde a queda oficial do apartheid em 1994. Após a publicação deste relatório, a Bell Pottinger anunciou a criação de um novo comité de ética e novas regras de governação.

Fonte: Angop