quarta-feira, 2 de maio de 2018

OPINIÃO

Voluntariamente as pessoas querem se fazer esquecer das palavras que ontem acreditaram. Um dos argumentos dados pelos defensores do resgate efectuado na governação do PAIGC ( DSP ) era que seria para tornar os empresários capazes de impulsionar as suas actividades económicas, nomeadamente serem capazes de fazer CAMPANHAS DE CAJU.

E agora assistimos silenciosamente ao chamamento de empresários senegaleses para salvar a presente campanha de caju.

Então eu pergunto;

Do que serviu dar o dinheiro do povo, que poderia servir para construir hospitais, estradas, escolas, resolver o problema da luz elétrica a uma classe de empresários que não consegue nem colocar jovens a queimar castanha de caju para valorizar o produto?

Do que serviu o estado se endividar e se prejudicar na obtenção de futuros apoios, com uma classe empresarial que não é capaz de criar empregos?

Do que serviu assumir uma divida de uma classe de empresários que está á vista de todos que não assumirão o compromisso de devolver o valor em causa?

Se eu responder energicamente e sem papas na língua ficam ofendidos, mas quem realmente está a ofender a nossa inteligência são esses crentes em demagogos que se dizem os mais iluminados neste paraíso para pirilampos que só brilham quando estão no poder.

Será que o resgate foi um meio para alcançar um fim, e agora estamos no inicio das suas consequências que ainda não tem fim?

Me desculpem por não padecer de amnesia e por não engolir disparates de qualquer demagogo da politica.

Essa inercia de defender a Guiné-Bissau me incomoda e fingir não ver o que nos prejudica a longo prazo me incomoda.

NÃO ESTOU DISPOSTO A ABDICAR DESTE PAÍS. NÃO CRUZAREI OS BRAÇOS.

Os mais de 40 anos de desgovernação desenquadrado nos fizeram ficar satisfeito com o que salva de momento e pouco atento com o que salva a longo prazo.

O momento em que vivemos hoje na Guiné-Bissau, é um momento que nos exige estar de plantão, com aqueles que pretendem mais uma vez, através das suas influencias apropriar-se dos recursos de todos os guineense, para seu próprio beneficio, famílias e dos seus aliados. O RESGATE NÃO BENEFICIOU A GUINÉ-BISSAU, O RESGATE BENEFICIOU AS SUAS FAMILIAS E OS SEUS ALIADOS.

MAS a minha preocupação não é somente com o resgate, é também com esta iniciativa de sempre apostar nos estrangeiro, abdicando e prejudicando os nacionais.

Com grande frequência, temos assistido sempre que há um novo governo ou um novo Presidente da Republica, a visitas de empresários hora são chineses, espanhóis ou portugueses, desta vez senegaleses, com a intenção de entabular contactos com as autoridades do país, afim de fazerem investimentos. Porém, eu nunca assisti a uma iniciativa do gênero a promover que um grupo de empresários guineenses a entabular contactos com as autoridades do país, para lhes serem criadas condições de investimento.

Por esse assunto me inquietar, levanto as seguintes;

Será que os ditos intermediários não poderiam facilitar que um grupo de empresários guineenses na diáspora contactasse as autoridades guineenses com o objectivo de lhes serem criados condições para o investirem no seu próprio país e salvar a presente campanha de caju?

Só os empresários estrangeiros tem direito a tirar proveito dos recursos da Guiné-Bissau?

Após a obtenção dos lucros derivados das explorações na Guiné-Bissau, onde são depositados ou investidos esses lucros?

Quantos empresários guineenses tentaram criar negócios na Guiné-Bissau e só lhes foi criados dificuldades pelas autoridades do país?

Quem ganha directamente ou indirectamente com esses negócios de levar investidores para a Guiné-Bissau?

/ Gaio Martins Batista Gomes /


Obrigado Gaio, estamos juntos.