Entre
muitas interpelações lançadas, há dias, por Didinho, eis a questão chave que
precisava ser respondida por quem de direito: E
agora que a CPLP até já nomeou um representante para a Guiné-Bissau, e que
viajará brevemente para lá... como explicar aos guineenses a suposta convicção
da organização e dos seus Estados-Membros, relativamente à
"tolerância-zero" aos golpes de Estado?
O
Secretario Executivo da CPLP, Murade
Murargy, à margem da
cerimónia de assinatura de um protocolo, no dia 9 Janeiro, entre a União das Cidades Capitais de Língua
Portuguesa (UCCLA) e a AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de
Portugal), em Lisboa, foi questionado pela Lusa sobre o novo “posicionamento” da CPLP, disse: "Não se trata de reconhecimento ou não,
trata-se de uma obrigação que a CPLP tem para com um Estado-membro.
Essa é a nossa missão: não podemos deixar um Estado-membro abandonado. A presença do representante especial lá é
precisamente para contribuir para que a normalidade na Guiné-Bissau volte de
novo". O quê, agora um Estado-membro não pode ser abandonado?
Em
jeito de conclusão, faço minhas as palavras do nosso irmão Didinho: “(…) Quase dois
anos depois (e numa altura em que foram anunciados relatórios de estudos
sustentados sobre potencialidades petrolíferas da Guiné-Bissau que superam as
expectativas iniciais, certamente, razão principal de todas as disputas de
posicionamento no pós-golpe de Estado de 12 de Abril de 2012) eles aí estão, a
fazerem-se ao "bolo"... de forma sorrateira, entre governantes de
países que não queriam saber das autoridades de transição da Guiné-Bissau
para nada, e organizações várias, incluindo uma, a CPLP da qual a
Guiné-Bissau Estado-Membro, Fundador e de Pleno Direito, foi excluída
ilegalmente (desprezada/humilhada até) de todas as participações na Comunidade,
desde o golpe de Estado de 12 de Abril de 2012”.
O secretário executivo
da CPLP terá manifestado também "otimista" quanto à realização de
eleições gerais na Guiné-Bissau em 16 de março, alertando para a necessidade de
evitar novos golpes de Estado no nosso país, mas nenhuma palavra sequer em
relação ao recrudescimento da guerra, por exemplo, em Moçambique. É que para a
CPLP, Moçambique é um Estado soberano da qual os países membros desta
organização aguardam solicitação do Governo, caso sejam necessário a
intervenção. A Guiné-Bissau, não! O meu país não precisa da etiqueta de Estado
soberano no ponto de vista da CPLP. A Guiné-Bissau é um país a chincalhar e a
ofender pelos Governantes de Portugal, Angola e Cabo Verde. Mas, podem apostar comigo que não haverá
Governo legitimo na Guiné-Bissau manipulado por vós, caro Secretário
Executivo da CPLP, Murade Murargy.
IN DOKA