O Governo de
transição da Guiné-Bissau pediu hoje (10 Janeiro) a Portugal que apoie os técnicos que se
encontram em Lisboa para recensear os emigrantes guineenses para as eleições gerais
de 16 de março.
O apelo foi feito
por Batista Té, ministro da Administração do Território do Governo de
transição, que coordena os preparativos para as eleições gerais de março ao
comentar o andamento do recenseamento eleitoral.
"Achamos que
as autoridades portuguesas deviam colaborar connosco para podermos voltar à
ordem constitucional", disse Batista Té, ao falar dos atrasos no início do
recenseamento junto da comunidade guineense emigrada em Portugal.
Há mais de um mês
que dois técnicos guineenses seguiram para Lisboa para dar início ao processo
do recenseamento de potenciais eleitores a partir da embaixada da Guiné-Bissau,
mas o processo ainda não arrancou.
Batista Té diz que
desconhece os motivos do atraso, mas pediu ajuda às autoridades portuguesas.
"Talvez seja
por causa do silêncio que estamos a enfrentar com alguns países, mas apelamos
às pessoas que compreendam que estamos a trabalhar para o retorno à ordem
constitucional. [Pedimos] que nos apoiem", enfatizou o ministro guineense.
Para Batista Té,
Portugal "devia ser" o primeiro país a interessar-se pelos problemas
da Guiné-Bissau, por ser, sublinhou, o país com o qual existem maiores
afinidades.
"Nós não temos
nenhum outro país na Europa onde nos possamos sentir bem como em Portugal",
destacou Batista Té, reforçando o apelo em nome do Governo de transição, que
não é reconhecido por Lisboa.
"Mesmo não
reconhecendo este Governo de transição, que saibam que tem vontade de fazer
eleições. Apelamos sempre para que Portugal pondere as suas decisões, para nos
ajudar a sair desta situação", disse o ministro guineense.
Sobre o
recenseamento eleitoral nos sete países da diáspora guineense (Senegal, Gâmbia,
Guiné-Conacri e Cabo Verde, em África e Portugal, Espanha e França, na Europa),
Batista Té afirmou que apenas no continente europeu ainda não foi possível
iniciar o recenseamento.
O governante
indicou, contudo, que os equipamentos de recenseamento destinados à Europa se
encontram em Lisboa "faz tempo".
MB // JMR – Lusa Ver Notícia