sábado, 11 de janeiro de 2014

GOVERNO DE TRANSIÇÃO DA GUINÉ-BISSAU PEDE AJUDA A PORTUGAL PARA REALIZAR RECENSEAMENTO

O Governo de transição da Guiné-Bissau pediu hoje (10 Janeiro) a Portugal que apoie os técnicos que se encontram em Lisboa para recensear os emigrantes guineenses para as eleições gerais de 16 de março.
O apelo foi feito por Batista Té, ministro da Administração do Território do Governo de transição, que coordena os preparativos para as eleições gerais de março ao comentar o andamento do recenseamento eleitoral.
"Achamos que as autoridades portuguesas deviam colaborar connosco para podermos voltar à ordem constitucional", disse Batista Té, ao falar dos atrasos no início do recenseamento junto da comunidade guineense emigrada em Portugal.
Há mais de um mês que dois técnicos guineenses seguiram para Lisboa para dar início ao processo do recenseamento de potenciais eleitores a partir da embaixada da Guiné-Bissau, mas o processo ainda não arrancou.
Batista Té diz que desconhece os motivos do atraso, mas pediu ajuda às autoridades portuguesas.
"Talvez seja por causa do silêncio que estamos a enfrentar com alguns países, mas apelamos às pessoas que compreendam que estamos a trabalhar para o retorno à ordem constitucional. [Pedimos] que nos apoiem", enfatizou o ministro guineense.
Para Batista Té, Portugal "devia ser" o primeiro país a interessar-se pelos problemas da Guiné-Bissau, por ser, sublinhou, o país com o qual existem maiores afinidades.
"Nós não temos nenhum outro país na Europa onde nos possamos sentir bem como em Portugal", destacou Batista Té, reforçando o apelo em nome do Governo de transição, que não é reconhecido por Lisboa.
"Mesmo não reconhecendo este Governo de transição, que saibam que tem vontade de fazer eleições. Apelamos sempre para que Portugal pondere as suas decisões, para nos ajudar a sair desta situação", disse o ministro guineense.
Sobre o recenseamento eleitoral nos sete países da diáspora guineense (Senegal, Gâmbia, Guiné-Conacri e Cabo Verde, em África e Portugal, Espanha e França, na Europa), Batista Té afirmou que apenas no continente europeu ainda não foi possível iniciar o recenseamento.
O governante indicou, contudo, que os equipamentos de recenseamento destinados à Europa se encontram em Lisboa "faz tempo".
MB // JMR – Lusa Ver Notícia