Chefe da diplomacia não abordou cimeira com Angola, afirmou-se disposta a trabalhar com Washington para o futuro da base das Lajes e destacou relações com Espanha.
Rui Machete
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros mostrou-se confiante
esta segunda-feira que as eleições de 16 de Março a Guiné-Bissau permitam o
regresso à normalidade constitucional.
O chefe da diplomacia portuguesa falava na sessão de abertura do
tradicional Seminário Diplomático que, em Janeiro de cada ano, reúne em Lisboa
os embaixadores e altos funcionários do MNE.
“A situação é preocupante, mas as eleições de 16 de Março deverão
garantir o regresso à normalidade constitucional e a subordinação dos militares
ao poder civil”, disse Machete. Em nenhum momento, o ministro se referiu ao
caso dos 74 cidadãos sírios embarcados sob pressão em Bissau rumo a Lisboa, que
levou a a TAP a suspender as ligações aéreas entre as duas capitais.
Rui Machete também não comentou as declarações de Fernando Vaz,
ministro da Presidência da Guiné-Bissau, que de férias em Lisboa considerou
"infantil" a reacção do Presidente da República Cavaco Silva ao
incidente e classificou as palavras do titular da pasta dos Negócios
Estrangeiros de Portugal como "infelizes".
Mas, de algum modo, Rui Machete abordou indirectamente a questão
quando se referiu à situação no golfo da Guiné. Falou da pirataria, do tráfico
de droga e de pessoas, e do terrorismo. E destacou que os grupos terroristas
aproveitam as correntes migratórias clandestinas para a introdução, na Europa,
de elementos radicais. Aquando da chegada dos 74 sírios a Lisboa esta foi,
aliás, uma das preocupações dos serviços de segurança nacionais.Leia mais