Bissau,
01 fev (Lusa) - Divisões internas estão a impedir o início do oitavo congresso
do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), disse fonte
partidária à agência Lusa em Cacheu, norte da Guiné-Bissau, local escolhido
para o evento.
O
arranque dos trabalhos estava marcado para quinta-feira, mas tem sido
sucessivamente adiado.
Está
previsto que o congresso junte 1.200 delegados durante vários dias para
discutir os estatutos e escolher uma nova liderança, substituindo Carlos Gomes
Júnior, primeiro-ministro deposto no golpe de Estado de abril de 2012 e que
reside fora do país.
Augusto
Olivais, secretário nacional do PAIGC, disse à agência Lusa que o partido
pretende "limar todas as arestas" antes de iniciar a reunião do
partido.
O
mesmo responsável admite que o congresso possa arrancar hoje.
Nos
estatutos em vigor, existe um secretário nacional com funções administrativas,
sendo o presidente quem dirige o partido e encabeça a lista às eleições
legislativas - cenário que o candidato Braima Camará quer manter.
Outra
proposta defende que o PAIGC passe a ter um secretário-geral que seja
cabeça-de-lista nas legislativas, passando o presidente a dedicar-se só ao
partido - opção dos candidatos à presidência Carlos Correia e Satu Camará e de
outros concorrentes à liderança que pretendem ocupar o cargo de
secretário-geral: Domingos Simões Pereira, Aristides Ocante da Silva, Cipriano
Cassamá e Daniel Gomes.
No
entanto, o posicionamento de cada candidato a líder poderá depender do que vier
a ser decidido sobre os estatutos, acrescentou outra fonte.
A
Guiné-Bissau vai ter eleições gerais (legislativas e presidenciais) no dia 16
de março.
O
PAIGC é a força política mais votada no parlamento da Guiné-Bissau, foi o
movimento que organizou a luta pela independência na era colonial e não teve
oposição até ser admitida a criação de outros partidos, em 1991. Lusa