segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

DJAMBA-TUTU FIU NA BIDAAA, KUTÔ BIDA LAGARTU...

A história recente tem-nos revelado a tendência dos antigos partidos políticos em África se transformarem em gangs de mafiosos. Os idealistas consolariam com a máxima de que “tudo que nasce, morre”.

Para mim, não! Admito que as ideias se adaptam no tempo e no espaço. Por isso não me conformo. A minha revolta é grande! A nossa rejeição, a minha e a dos filhos, netos e órfãos de homens e mulheres corajosas que com os seus sacrifícios e abnegação deram pedaço do seu corpo, ou sua própria vida para que o povo se libertasse das masmorras do colonialismo, é assistir o desabamento de uma das prodigiosas fortalezas de luta pela dignidade humana edificadas em África: o PAIGC de Cabral! Depois do assassinato do seu líder fundador deu-se a debandada ideológica total dos seus militantes. Depois da gloriosa luta armada pela independência, no lugar da democracia e do desenvolvimento, surgiu o caos ou prepotência e salva-se quem poder! O PAIGC virou-se o monstro que comia as suas próprias crias. Engendrou bodes expiatórios para legitimar genocídio étnicos. Recordo-me do caso 17 de Outubro. Hoje são os próprios dirigentes desse partido que diabolizam as nossas gloriosas forças armadas, porque estas já não são pau-mandado, ou seja, braço armado do partido como gostam de dizer.

Inspirados pela poetisa, Sophia de Mello Breyner Andresen, desejamos no seio do PAIGC encontrar aqueles que na hora da vitória respeitaram o vencido, nada! Aqueles que deram tudo e não pediram a paga, nada! Aqueles que na hora da ganância perderam o apetite. Nada! Aqueles que amaram os outros e por isso não colaboraram com a sua ignorância ou vício, ninguém! Aqueles que foram «Fieis à palavra dada à ideia tida» como antes dele mas também por eles, “nin ntus”! Pergunto: que tolerância ou liberdade nos permite reabilitar um antigo agente da Gestapo ou um graduado do exercito hitleriano ao ponte de lhe atribuir alta responsabilidade num partido antifascista? A desconexão política viria a surgir no seio partido dos libertadores! Uma das piruetas foi a introdução de um antigo agente da PIDE-DGS como membro do Conselho de Estado e posteriormente um antigo graduado do exercito colonial português lidera o PAIGC. É sabido que o partido dos libertadores é densamente povoado por gangs ligados ao narcotráfico.

A desumanidade perpetrada - após a libertação - pelo PAIGC e seus cata-ventos, impele o povo a sentá-lo no banco de réu do Tribunal Penal Internacional. Passados quarenta anos já não há discursos e argumentos que galvanizem o povo para nada. Os seus comícios são comprados. Os seus votos são negociados. No âmbito internacional, o PAIGC ainda vai granjeando alguns apoios derivados de uma certa nostalgia dos tempos da liderança de Amílcar Cabral.

Deus abençoe Guiné-Bissau!