quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

SENEGAL APOSTADO EM MELHORAR CLIMA DE NEGÓCIOS


Senegal está entre os dez países mais competitivos da Africa subsaariana. Forte da sua estabilidade política, registou uma taxa de crecimento de 7%, em 2017, e está apostado em cumprir um objetivo ambicioso: classificar-se entre os dez países no topo da lista Doing Business, a publicar em 2015 pelo Banco Mundial.
No ano passado, as autoridades lançaram um vasto programa de reformas do clima de negócios e da competitividade. A euronews foi saber como estão a ser implementadas estas medidas.
Os principais procedimentos administrativos que condicionam o funcionamento das empresas, foram no ano passado completamente desmaterializados.
No que diz respeito ao comércio transfronteiriço, de acordo com o relatório sobre a competitividade em África, os custos de recolha e transporte de contentores no porto de Dakar, baixaram de 25%. Uma redução que, segundo as autoridades senegalesas, é consequência de os prazos máximos de importação e exportação terem passado a ser de nove dias.
Foi colocada em funcionamento uma plataforma totalmente desmaterializada, já não existe documentação em papel nos procedimentos fronteiriços. O sistema Orbus de Gaindé 2000 recolhe, analisa os documentos de fronteira e transmite-os aos vários departamentos administrativos, com os quais foram assinados pactos de desempenho.
Em 2012, o Orbus ganhou o primeiro prémio das Nações Unidas para o serviço público. De acordo com Amadou Mbaye Diop, responsável pelo desenvolvimento do Orbus de Gaindé 2000, o Orbus tem sido requisitado pelos países africanos mais dinâmicos, no Quénia, funciona desde 2005, e desde 2012 no Burkina Fasso.
Empresários estrangeiros que desenvolvem atividade comercial no Senegal, disseram à euronews que a complexidade burocrática deu lugar a um procedimento simples, único e rápido.
No Senegal, é a agência governamental APIX que funciona como porta de entrada para os investidores. A APIX propõe gratuitamente, entre outros serviços, um guiché único para a criação de empresas.
A plataforma foi recentemente tornada virtual e permite igualmente consultar em linha todo o dossier de documentação relativo à empresa.
A principal vantagem do sistema é que os empreendedores já não têm de percorrer os diferentes departamentos, cuja burocracia complexa não era simples de perceber. Através desta plataforma, é agora possível no Senegal criar uma empresa em menos de 24 horas.
Para facilitar a vida aos investidores, existe um outro guiché único, para tratar da ligação do fornecimento de água, rede sanitária, telefone e electricidade. E a administração fiscal contribuiu também para esta simplificação, introduzindo um meio de declaração e pagamento em linha de impostos, e apoios às empresas que produzem no Senegal para exportação.
Segundo Seynabou Niang Thiam, diretor geral da administração fiscal, “As empresas que exportam mais de 80% do seu volume de negócios, beneficiam de uma redução da taxa de imposto sobre as sociedades comerciais, que passa então de 30 a 15%”.
O Senegal tem desenvolvido igualmente as infra-estruturas, nomeadamente de transporte. Algumas obras grandes foram finalizadas e estão outras previstas. O objetivo é desbloquear regiões como a de Dakar, criar zonas economicamente mais atrativas.
Tal como outras potências económicas emergentes do continente africano, o Senegal tem ainda numerosos desafios a enfrentar. Para já, o país parece estar seriamente apostado em lançar um forte ritmo de crescimento.