“ (…)
Ai que desgraça esta sorte que me assiste
Ai mas que sorte eu viver tão desgraçada
Na incerteza que nada mais certo existe
Além da grande certeza de não estar certa de nada”
É uma estrofe do fado cantado por Ana Moura, chamado “Desafio”. Ai mas que sorte eu viver tão desgraçada
Na incerteza que nada mais certo existe
Além da grande certeza de não estar certa de nada”
Acontece que nesta noite, a “saudade” bateu-me a porta, abri, entrou com um sorriso de maldade, depois, sentou-se à beira do meu leito e quis que eu lhe contasse só a metade das dores que trago no meu peito. Foi daí que eu lhe respondi que estava “curioso” de saber do “Plano” do novo Governo para o crescimento e desenvolvimento da minha terra.
Na verdade, “as dores que trago no meu peito” tem a ver com um suposto “Plano de Invasão” maciça dos nossos mercados, apenas pelos “empresariado tugas”. Parece uma espécie de “Tsunami” ou “Lampedusa”, que o Governo de Domingos Simões Pereira, tem estado, meticulosamente, a preparar com os seus parceiros, para o dia D, 26 de Outubro, data em que a TAP retoma os três voos semanais com a Guiné-Bissau.
“As dores que trago no meu peito” têm a ver com o fato de estarmos na época de globalização e, mesmo assim, não tiramos as lições do mundo.
No dia 16 de Maio passado, o Secretário Executivo da Comissão Económica das Nações Unidas para a África (UNECA), Carlos Lopes, pediu Cabo Verde para mudar de mentalidade e de ancoragem económica em relação a Europa.
Carlos Lopes, assegurou, nesse encontro, que os grandes fluxos de investimentos financeiros para África vêm diretamente do exterior ou são posicionados dentro do continente, razão pela qual entende que a praça financeira só tem sentido se for em relação ao continente africano.
Deu exemplos e referiu como campões nos investimentos intra-africanos, citando Marrocos, África do Sul e Nigéria.
Os países como Ruanda, Etiópia, Nigéria, Gana e Senegal apresentam altas taxas de crescimento, devido a sua estratégia puramente ancorada em África.
Carlos Lopes reagira contra a mentalidade de costas voltadas para a Africa, partindo do exemplo de Cabo Verde, aconselhou dizendo que esse país: “(…) não pode continuar a pensar que vai ser uma praça financeira para África, estando fora do jogo dos grandes bancos que estão a receber capitais do Golfo, da Espanha, da China e onde existem grandes inovações tecnológicas, como é o caso do Quénia.
Cabo Verde não pode ser praça financeira com base nas relações com dois ou três bancos portugueses”. Pergunto: a Guiné-Bissau, vai ancorar-se aos tugas?