O economista guineense Paulo Gomes, candidato à presidência do país em 2014, chamou a atenção dos decisores políticos sobre "os riscos e ameaças de erosão costeira", zona onde vive cerca de 70% da população da Guiné-Bissau.
O antigo administrador do Banco Mundial falava na última noite num debate organizado pela sociedade civil sobre os desafios que se colocam ao país depois da mesa redonda de doadores que o Governo realizou em março passado em Bruxelas e na qual obteve promessas de apoio de 1,5 mil milhões de dólares.
Entre os "vários desafios", Paulo Gomes apontou a necessidade de políticas públicas para "travar a erosão costeira" como prioritárias, uma vez que o país apresentou a biodiversidade como principal atrativo para convencer os doadores e parceiros a anunciarem os apoios financeiros.
"É preciso investir nas zonas costeiras para travar a erosão que destrói o mangal e em grande parte as nossas bolanhas (arrozais): nós somos um país de agricultores", notou Paulo Gomes, que é também presidente do Instituto Benten, que se dedica a causas sociais e de promoção do país.
Se nada for feito nos próximos anos, com a subida do nível do mar, a erosão costeira vai afastar as pessoas dos seus locais de produção, o que trará consequências para toda sociedade guineense, referiu Paulo Gomes.
Um grande investimento em infra-estruturas é o único caminho a seguir, defendeu ainda Gomes, que chama atenção dos responsáveis políticos atuais para levarem em conta a situação.
Paulo Gomes defendeu que "boa parte" dos fundos que o país irá receber dos parceiros e doadores deveria ser aplicada na prevenção da erosão costeira.
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