Nairobi - Os homossexuais não têm espaço no Quénia, segundo o vice-presidente queniano, William Ruto(Foto), citado nesta segunda-feira pela imprensa deste país da África do leste, onde a homossexualidade é punível por lei desde a colonização britânica.
"Não toleramos a homossexualidade na nossa sociedade porque viola as nossas crenças religiosas e culturais", afirmou domingo numa missa William Ruto, cujas declarações foram reportadas por vários jornais quenianos.
"Estaremos do lado dos líderes religiosos para defender a nossa fé e as nossas crenças", acrescentou: "Não há espaço para a homossexualidade neste país. Isto posso vos assegurar".
Estas declarações acontecem numa altura em que o secretário de Estado americano, John Kerry, se encontra em visita oficial ao Quénia para abordar questões ligadas à luta contra o terrorismo e às referentes aos direitos humanos.
Os Estados Unidos condenaram veementemente uma lei ugandesa que reprime severamente a homossexualidade. Washington havia mesmo decidido sanções contra este país após a adopção desta legislação, incluindo proibições de vistos contra "responsáveis ugandeses envolvidos em graves violações dos direitos humanos".
A legislação ugandesa foi posteriormente anulada, mas apenas no que respeita às questões processuais.
A homossexualidade é ilegal em 36 dos 54 países africanos e passível à pena de morte em quatro deles, segundo o grupo de defesa dos direitos humanos, Amnistia Internacional.
No Quénia, onde a homossexualidade é de facto raramente sancionada com prisão, um grupo de parlamentares tentam obter uma aplicação mais rigorosa da lei.
Binyavanga Wainaina, um célebre escritor queniano que revelou no ano passado a sua homossexualidade, reagiu às declarações do vice-presidente Ruto nas redes sociais.
"Nosso vice-presidente Ruto está a tornar-se no homem mais perigoso de África. Se esta estratégia funcionar, vai causar muitos estragos", estimou no Twitter. Fonte: Aqui