O Conselho de Segurança das Nações Unidas vai realizar esta quinta-feira consultas de emergência sobre a crise no Burundi, após uma tentativa de golpe de Estado no país, indicaram alguns diplomatas.
Os embaixadores dos 15 países-membros do Conselho de Segurança vão assistir a uma exposição da situação apresentada por videoconferência pelo emissário da ONU no Burundi, Saïd Djinnit. Este responsável da ONU este esta quarta-feira em Dar-es-Salaam, na Tanzânia, para participar numa cimeira regional consagrada ao Burundi.
Esta reunião foi convocada a pedido da França.
Após semanas de contestação popular, um general burundinês anunciou quarta-feira a destituição do Presidente Pierre Nkurunziza, também na Tanzânia aquando desta tentativa de golpe de Estado, cujo desfecho continua incerto. Segundo a Presidência burundinesa, o golpe, liderado por um grupo de militares «amotinados», foi «um fracasso», mas o general golpista Godefroid Niyombare assegurou ter o apoio de «muitos» oficiais superiores do exército e da polícia.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apelou a todas as partes «para manterem a calma e a contenção» e «sublinhou a todos os dirigentes burundineses a necessidade de preservar a paz e a estabilidade num país que já sofreu tantos casos precedentes de violência».
Nkurunziza regressa a Bujumbura e golpistas ordenam encerramento do aeroporto
Pierre Nkurunziza está já de regresso a Bujumbura, ainda que Niyombare tenha ordenado o encerramento do aeroporto e das fronteiras terrestres. «Antecipou a partida, por causa da situação prevalecente no Burundi», indicou em Dar-es-Salaam Salva Rweyemanmu, porta-voz da Presidência tanzaniana.
Em declarações à rádio privada RPA, o general Niyombare ordenou «o encerramento do aeroporto e das fronteiras» e pediu a todos os cidadãos e às forças da ordem para «irem para o aeroporto, para o defender».
Entretanto, a situação permanecia confusa na noite desta quarta-feira em Bujumbura, onde não era possível saber quem detinha as rédeas do poder – mas não tendo contudo sido assinalado nenhum combate entre fações rivais e o exército na capital.
As forças policiais, num clima de tensão e aparentemente fiéis ao Presidente Nkurunziza, barraram a estrada principal em direção ao aeroporto, impedindo a passagem de veículos, particularmente dos da imprensa. Fonte: Aqui
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