Uma coligação de personalidades do mundo político e sindical, reclama as explicações da França por esse “paraquedismo”.
Cotonou - Uma coligação de políticos e sindicalistas beninenses contestam a escolha do primeiro-ministro, Lionel Zinsou(na foto), como candidato do partido no poder para as presidenciais, considerando-o ser "paraquedista" teleguiado pela França, a antiga potência colonial.
Zinsou, banqueiro franco-beninense, tinha deixado em Junho de 2015 o seu cargo de líder de um grande fundo de investimento europeu para se tornar primeiro-ministro do Benin, para a surpresa opinião pública.
Meses depois foi designado como candidato das Forças Cauris para um Benin Emergente (FCBE, partido no poder) às presidenciais de 28 de Fevereiro de 2016, nas quais o presidente Thomas Boni Yayi não se pode candidatar por limitação constitucional.
Uma coligação de personalidades do mundo político e sindical, conduzido pelo antigo chefe de Estado Nicéphore Soglo, denuncia num comunicado publicado terça-feira um “complot político que se perfila com a candidatura imposta de Lionel Zinsou" e reclama as explicações da França por esse “paraquedismo”.
Zinsou, 61 anos, passou grande parte da sua carreira em França, onde se notabilizou nas asas de Laurent Fabius quando, o actual ministro francês dos Negócios Estrangeiros era primeiro-ministro.
Ele é sobrinho do antigo presidente beninense Émile Derlin Zinsou, e os seus detractores consideram que desconhece esse pequeno Estado oeste-africano, onde viveu pouco tempo.
Aos que tentam por em causa a nacionalidade beninense de Zinsou e a sua legitimidade enquanto candidato à eleição, Alassani Tigri, porta-voz do governo, retorquiu há dias tratar-se de reacções "inadmissíveis" e "inqualificáveis”, porquanto por as fazer como apelo ao ódio, racismo, medo e intolerância.
"O nosso compatriota afectado por estas declarações é inteiramente um cidadão beninense. Ele é um franco-beninense como um grande número dos nossos concidadãos (...). Nenhuma lei da República o exclui de concorrer às presidenciais”, prosseguiu Tigri num comunicado.
Há apenas uma semana da data do depósito das candidaturas, dois homens de negócios já anunciaram lançar-se das presidenciais beninenses, nomeadamente, Sébastien Ajavon, o patrão dos patrões, que fez a sua fortuna na área agro-alimentar, e Patrice Talon, magnata do algodão que se tornou principal opositor do presidente Boni Yayi. Fonte: Aqui