Não carece fazer grandes exercícios de reflexão para se chegar a esta simples conclusão: se a UNIÃO FAZ FORÇA então, inversamente, a DESUNIÃO produz FRAQUEZA.
Esta inferição vem a propósito da situação que a Guiné-Bissau, presa numa teia de conflitos, vive praticamente desde a entrada em funções das novas autoridades configuradas a partir dos resultados das eleições gerais de 2014, consideradas livres, justas e transparentes.
As crises cíclicas que se vivem no país produzem, invariavelmente, efeitos diversos na sociedade de guineenses tanto no país como na diáspora. Mas, o efeito mais pernicioso que se nota é que têm produzido uma pronunciada quebra da autoestima, sentimento que faz com que muita gente afirme que “não me sinto guineense, para desgosto daqueles que ainda têm esperança de ver esta terra transformar-se num recanto aprazível em que reina a paz, entendimento, justiça, onde não haverá situações de violência que acarretem perdas, sobretudo, de vidas humanas.
Depois dos anos de instabilidade que levaram os guineenses a perder confiança nos poderes, todos, que regem o país, não é raro ouvir aqui e ali, discursos críticos cujo teor atentam contra os sentimentos mais sagrados pela terra que os viu nascer ou viu nascer os seus entes queridos: o patriotismo, o orgulho de ser guineense...
Esses desatinos, passe a expressão, levam a algumas questões assaz pertinentes: - Se esse indivíduo não é guineense, é quê? - Que nome se pode dar a quem nega a sua Pátria? - Em que parte do mundo poderá “ele” ser “mais nacional” do que o nacional de origem? Sempre viverá sob o estigma da nacionalidade adquirida.
A solução não é renegar o país de origem; nem tão pouco metamorfosear-se, qual um camaleão, no ambiente de uma Pátria adotada (segunda Pátria). Nesta altura em que a Guiné-Bissau precisa de todos e de cada um em particular, ninguém deve autoexcluir-se sob pena de ficar para trás, principalmente, nesta hora difícil em que o país está fragilizado.; nestas horas de incerteza em que é convicção generalizada de que, devido as desinteligências, alegadamente “insanáveis” entre as bancadas parlamentares, o “caso dos 15 deputados”, a constituição de uma nova Mesa, a Assembleia Nacional Popular pode ser dissolvida, o governo derrubado... enfim, muita coisa pode acontecer mesmo...
Não queremos referir a forma menos digna como o poder judicial tem vindo a ser tratado pelos políticos que, ante a sua incapacidade comprovada de promover um diálogo são para encontrar soluções adequadas e consensuais, à viva força querem incluir os juízes na resolução de questões de índole política. Essa situação além de fragilizar o judicial, por se tornar recorrente, desconfigura o debate político.
Mas, disso falaremos noutra ocasião, num espaço mais amplo, implicando especialistas para se pronunciarem a respeito, exaustivamente, a fim de colocar cada peça no respetivo lugar.
Fonte: http://www.gaznot.com/