segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

SENEGAL: REBELIÃO CONDENA MASSACRE E DEFENDE CONTINUAÇÃO DO DIÁLOGO NO CONFLITO DE CASAMANÇA

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Ziguinchor - A rebelião independentista do Movimento das Forças Democráticas de Casamança (MFDC) condenou nesta segunda-feira o massacre de 13 jovens, no último fim-de-semana, numa floresta desta região do sul do Senegal e afirmou o seu compromisso em prosseguir o diálogo "a favor de um resultado feliz" para o conflito que já dura 35 anos.

O MFDC, que luta desde 1982 pela independência de Casamança, "condena veementemente este acto", indicou nesta segunda-feira o movimento no seu site de informação, numa altura em que o país observa na segunda e terça-feira o luto nacional, decretado pelo presidente Macky Sall.


O movimento rebelde apela "às autoridades senegalesas no sentido de encaminhar as suas investigações" aos responsáveis administrativos e militares locais "à frente de uma vasta rede de desmatamento clandestino e de venda ilegal da madeira da árvore de teca", segundo o texto.

A teca é uma árvore tropical que produz madeira preciosa muito procurada para o fabrico de ponte-cais e móveis para jardim. Ela cresce essencialmente em Casamança, uma das maiores regiões florestais do Senegal, vizinha da Guiné-Bissau e da Gâmbia, e é objecto de tráfico.

A rebelião liga o massacre de sábado ao conflito entre facções locais, uma vez que a "forte concorrência acaba de criar um ambiente de animosidade entre os camponeses".

"O MFDC prossegue a sua dinâmica de abertura ao diálogo a favor de um resultado feliz para o conflito de Casamança. O movimento "não se deixará distrair nem desorientar pelos coveiros da paz" e os actores locais "que visam nada mais do que quebrar a dinâmica do processo de paz para melhor tirar proveito do conflito", prossegue o texto.

O responsável local da rebelião, Oumar Ampaye Bodian, condenou igualmente o massacre de sábado qualificando-o de "acto hediondo (que) não pode ficar impune tendo em conta que o presidente estendeu a mão" ao MFDC, afirmou Bodian à rádio privada Sud FM.

"Nós continuamos determinados" na busca da paz porque "a questão de Casamança deve ser resolvida à volta de uma mesa", continuou.

"A ala política interna e externa do MFDC demarcam-se deste acto hediondo. Vamos descer às matas para identificar responsabilidades", acrescentou, sem indicar se os elementos da rebelião estão ou não envolvidos no massacre.

Fonte: Angop