Bissau,
02 fev (Lusa) - O presidente em exercício do Partido Africano da Independência
da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Manuel Saturnino, pediu hoje "coesão"
interna na abertura do oitavo congresso daquela força política.
O
dirigente espera que, depois da reunião magna, "não haja vencedores nem
vencidos" dentro do partido, num apelo à "coesão dos militantes"
tendo em conta os próximos embates eleitorais - eleições gerais (legislativas e
presidenciais) marcadas para 16 de março.
O
congresso que vai escolher o novo líder e decidir quem se candidatará às
eleições começou três dias depois do previsto devido a várias reuniões internas
para "limar arestas", justificou no sábado o secretário nacional do
PAIGC, Augusto Olivais, à agência Lusa.
A
abertura acabou por acontecer hoje, pelas 14:00, e contou com vários músicos
convidados.
O
congresso junta 1.200 delegados para discutir os estatutos e escolher uma nova
liderança, substituindo Carlos Gomes Júnior, primeiro-ministro deposto no golpe
de Estado de abril de 2012 e que reside fora do país.
Uma
delegação do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) está presente,
encabeçada por Cristóvão da Cunha, membro do "bureau" político do
partido que governa Angola.
Aquele
representante já discursou e disse que o MPLA "não podia faltar ao
congresso do PAIGC, por ser um partido amigo, cujo fundador, Amílcar Cabral,
ajudou na independência e emancipação do povo angolano".
Ainda
na abertura, Óscar Barbosa, porta-voz da direção do PAIGC, leu várias mensagens
de felicitações, como do Partido Comunista da China, do Partido Comunista de
Cuba e de diversas forças políticas da Rússia, Gana e Venezuela, entre outras.
Os
delegados devem hoje aprovar a composição da mesa do congresso, bem como o
programa dos trabalhos para os próximos dias.
Nos
estatutos em vigor, existe um secretário nacional com funções administrativas,
sendo o presidente quem dirige o partido e encabeça a lista às eleições
legislativas - cenário que o candidato Braima Camará quer manter.
Outra
proposta defende que o PAIGC passe a ter um secretário-geral que seja
cabeça-de-lista nas legislativas, passando o presidente a dedicar-se só ao
partido - opção dos candidatos à presidência Carlos Correia e Satu Camará e de
outros concorrentes à liderança que pretendem ocupar o cargo de
secretário-geral: Domingos Simões Pereira, Aristides Ocante da Silva, Cipriano
Cassamá e Daniel Gomes.
No
entanto, o posicionamento de cada candidato a líder poderá depender do que vier
a ser decidido sobre os estatutos, disse fonte partidária à agência Lusa.
O
PAIGC é a força política mais votada no parlamento da Guiné-Bissau, foi o
movimento que organizou a luta pela independência na era colonial e não teve
oposição até ser admitida a criação de outros partidos, em 1991. noticias.pt.msn.com