quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

BRASIL: ORGANISMO DAS NAÇÕES UNIDAS PREOCUPADO COM ESCALADA DE VIOLÊNCIA


 
 
Rio de Janeiro, 13 fev (Lusa) - O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) manifestou hoje preocupação sobre a escalada de violência registada nas últimas manifestações ocorridas no Brasil.

Rafael Franzini, representante do Escritório de Ligação e Parceria do UNODC no Brasil, diz num comunicado do UNODC que "são particularmente inquietantes as diferentes alegações de violência durante os protestos, que têm chegado à atenção dos mecanismos de proteção aos direitos humanos da ONU e que têm sido veiculadas na imprensa".

Desde junho de 2013, observou-se um aumento no número de manifestações com violência no país.

O comunicado refere que a alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Navi Pillay, já pediu a todas as partes envolvidas que se comprometessem a prevenir o uso de força excessiva.
Diante do uso da violência por manifestantes e das alegações de uso excessivo de força por autoridades policiais, Franzini reiterou o apelo da alta comissária para o respeito pelo "direito à integridade física de terceiros" e pelos direitos "de liberdade de expressão e manifestação pacífica".

"O representante do UNODC no Brasil espera que o cumprimento da lei seja regido com base no Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, aprovado pela Assembleia Geral da ONU pela resolução 34/169, e em consonância com os principais instrumentos de direitos humanos adotados pelos Estados-membros", de acordo com a nota.

Em particular, segundo o comunicado, também é necessário proteger os públicos vulneráveis e resguardar o direito à informação com a proteção de jornalistas, como descrito na resolução nº 6/2013 da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República do Brasil.

Franzini considerou que as manifestações devem ser atos cívicos que não comprometam a segurança pública.

O responsável também fez um apelo aos manifestantes para que não recorram à violência, lembrando que o diálogo e a manifestação pacífica são essenciais.

Segundo o relatório anual dos Repórteres Sem Fronteiras, divulgado na quarta-feira, o Brasil (111º lugar na tabela da RSF) tornou-se no país mais mortífero para a imprensa no hemisfério ocidental, lugar antes ocupado pelo México.

Os Repórteres sem Fronteiras (RFS) destacam que a cobertura diária dos acontecimentos no Brasil "expõe os jornalistas a perigo físico" e coloca-os entre os alvos da "repressão policial" dos protestos. Lusa