Kigali
- Há pelo menos três meses, cada vez mais pessoas têm sido dadas como
desaparecidas no Rwanda, ou foram vítimas de "desaparecimentos
forçados", denunciou a organização Human Rights Watch (HRW), nesta
sexta-feira, fazendo um apelo às autoridades locais para que investiguem a
situação.
"Um
número crescente de pessoas foi vítima de desaparecimentos forçados, ou foram
dadas como desaparecidas no Rwanda desde Março de 2014", afirma a ONG de
defesa dos direitos humanos.
Segundo
a HRW, "muitos casos aconteceram no distrito de Rubavu, na província do Oeste",
na fronteira com a República Democrática do Congo (RDC).
"Algumas pessoas desaparecidas foram detidas pelos soldados da Força de Defesa de Ruanda (RDF, o Exército Nacional ruandês) e (...) podem estar presas pelo Exército", alertou a HRW.
"Algumas pessoas desaparecidas foram detidas pelos soldados da Força de Defesa de Ruanda (RDF, o Exército Nacional ruandês) e (...) podem estar presas pelo Exército", alertou a HRW.
A
organização diz ter reunido informações de pelo menos 14 casos de
desaparecimentos "forçados" no distrito de Rubavu, na região noroeste
do país. Além disso, haveria vários casos semelhantes no distrito de Musanze,
no norte do país, e em Kigali, a capital.
"Se
as pessoas que desapareceram à força foram detidas, as autoridades devem
reconhecer sua detenção imediatamente, revelar o local onde essas pessoas estão
e lhes permitir acesso às suas famílias e a um advogado", defendeu a HRW.
"Os
desaparecimentos forçados são um crime odioso, sobretudo, em razão da angústia
e dos sofrimentos que causam à famílias e aos amigos (dos desaparecidos)",
afirmou o director para África da HRW, Daniel Bekele, citado num comunicado.
Segundo
a HRW, as informações recolhidas "indicam que algumas pessoas que sofreram
um desaparecimento forçado podem ter sido presas sob suspeita de serem membros,
ou de trabalharem com as Forças Democráticas para a Libertação do Rwanda
(FDLR)".
As
FDLR são rebeldes hutu rwandeses, que actuam no leste da RDC e são acusados de
terem participado do genocídio no Rwanda. Entre Abril e Julho de 1994, o
massacre deixou cerca de 800 mil mortos, principalmente da minoria tutsi. Fonte: Aqui