sexta-feira, 1 de maio de 2015

NIGÉRIA PODE TORNAR-SE UMA ECONOMIA MUNDIAL DO TOP 20 NAS PRÓXIMAS DÉCADAS

O Mundo está  consciente das questões relacionadas com o terrorismo e dos desafios constantes que a Nigéria está a enfrentar relação ao combate à pobreza. No entanto, existe uma outra faceta da história da Nigéria que tem sido relegada para segundo plano, tanto pelas notícias recentes como pela persistência de convicções e pressupostos desactualizados acerca da sua economia: o potencial económico.
 
Um novo relatório divulgado na revista Africa Business do McKinsey Global Institute (MGI) e do escritório da McKinsey na Nigéria, Nigeria’s renewal: Delivering inclusive growth in Africa’s largest economy, analisa o potencial económico do país e conclui que, com as reformas e os investimentos adequados, esta poderá tornar-se uma das maiores economias a nível mundial até 2030.
 
Desde 1999, a Nigéria tem provado ser um país estável, tanto a nível político como económico, e os novos dados publicados este ano demonstram que esta é atualmente a maior economia de África, para além de ser o país mais populoso.  Os novos dados revelam igualmente que a economia da Nigéria é bastante mais diversificada do que anteriormente se pensava. Apesar de as importantes reservas de petróleo do país continuarem a constituir uma fonte crucial de receitas e de exportações para o governo, a totalidade do setor dos recursos naturais representa actualmente apenas 14% do PIB. A agricultura e o comércio são sectores maiores e em mais rápido crescimento. Também não é do conhecimento geral que a produtividade da Nigéria, embora ainda reduzida, tem estado recentemente a crescer e contribui mais para o crescimento do PIB do que o aumentoda população.
 
«As pessoas desconhecem as vantagens extraordinárias da Nigéria no que se refere ao crescimento futuro, incluindo o facto de este constituir um grande mercado de consumo e de ter uma localização geográfica estratégica e uma população jovem e extremamente empreendedora», afirma Reinaldo Fiorini, Director e responsável local do escritório da McKinsey em Lagos. Os resultados do estado de avanço da Nigéria, no entanto, não se reflectem de forma homogénea em toda a economia. Mais de 40% dos nigerianos vivem abaixo do limiar de pobreza oficial do país e 130 milhões (74% da população) vivem abaixo da MGI Empowerment Line, o grau de rendimento e acesso a serviços vitais que garantem um nível de vida aceitável.
 
As principais razões para a pobreza persistir na Nigéria incluem a reduzida produtividade agrícola, devido ao acesso limitado a fertilizantes e a alfaias mecanizadas, e mercados ineficientes. Simultaneamente, a urbanização não contribuiu para aumentar o rendimento das populações, ao contrário do que aconteceu noutras economias em vias de desenvolvimento. A criação formal de postos de trabalho e o desenvolvimento de capacidades nas cidades da Nigéria foram por isso fracos, tornando a produtividade nos setores urbanos, como por exemplo a manufatura, menor do que na agricultura.
 
Numa perspetiva de futuro, o relatório identifica um potencial de expansão da economia da Nigéria de cerca de 7,1% por ano até 2030, aumentando o PIB em mais de 1,6 triliões de dólares, o que poderá tornar a Nigéria uma economia global do top 20, com um PIB mais elevado do que o de Holanda, Tailândia ou Malásia, em 2030. Adicionalmente, está a emergir uma importante classe de consumidores na Nigéria, com um potencial de cerca de 160 milhões de membros até 2030- mais do que as atuais populações da França e da Alemanha em conjunto. Fonte: Aqui