Dakar é hoje um porto de África para o mundo. Os estivadores não têm mãos a medir, mas não há contentores acumulados. As gruas trabalham continuamente e os monta-cargas estão sempre prontos a levar mercadorias. É a confirmação daquilo que dizem os empresários nacionais e internacionais: o Senegal é a porta de entrada da África Ocidental.
Ricardo Molina, empresário europeu, acrescenta que, «quando uma empresa se instala ali, sabe que não chegou apenas a um país, mas sim a toda uma região. (…) Tem um porto enorme, é politicamente estável e as pessoas são educadas. Somos acolhidos sem complicações e a burocracia é simplificada».
O Senegal tornou-se independente de França em 1960, e desde cedo revelou-se um país mais estável que os seus vizinhos. Os empresários estrangeiros que ali chegam sabem isso – e são cada vez mais, fugindo da crise no ocidente e apostando nesta porta de entrada para África, um continente ainda à espera de ser explorado pelas empresas de todo o mundo.
O mercado para que Dakar abre as portas usa todo a mesma moeda. São 70 milhões de pessoas que negoceiam com o franco CFA. E que fazem de um espaço com cerca de 3,5 milhões de quilómetros quadrados uma zona de negócio a explorar. Por outro lado, a tradição democrática do Senegal e a sua estabilidade política fazem deste país um «nicho» de características próprias e positivas, estando numa fase particularmente atrativa para o investimento e para o desenvolvimento. A comunidade internacional aposta no país – e, dentro de fronteiras, o Plano Senegal Emergente, um projeto macroeconómico, quer apostar nas infraestruturas, na energia e na agricultura – no fundo, e a médio e longo prazo, em todos os setores-chave.
O PIB senegalês cresceu 3,4% em 2013. Este ano espera-se que o crescimento ronde os 5%, segundo as estimativas da Economist Intelligence Unit. Para tal contribui também a privatização do porto de Dakar, com larga tradição mercantil e visto como um dos portos mais influentes do continente, agora nas mãos da Dubai Ports World. Há cem anos, mal se podia considerar um porto; hoje, a sua acessibilidade e os seus serviços de alta qualidade fazem dele um dos principais portos de África, juntamente com o de Abidjan, na Costa do Marfim, e com o de Lagos, na Nigéria. Ainda que não sendo o «porto n.º 1» em nenhuma lista dos portos com maior tráfego de mercadorias, é um ponto-chave no continente e apoia a zona formada por Tânger (Marrocos), Dar es Salam (Tanzânia) e Cidade do Cabo (África do Sul).
A partir de Dakar, empresas de todo o mundo estabelecem com êxito os seus negócios em pontos tão diversos como Mali, Níger, Gâmbia ou Benim. Fonte: Aqui