Bissau, 10 fev (Lusa) - O candidato
independente à presidência da Guiné-Bissau Nuno Nabian afirmou hoje que defende
uma reforma "a todos os níveis" no Estado guineense, inclusive nas
Forças Armadas.
De mãos dadas com o ex-presidente
guineense Kumba Ialá, Nuno Nabian depositou hoje no Supremo Tribunal de Justiça
a documentação exigida por lei para se apresentar como candidato a presidente
nas eleições gerais marcadas para 16 de março.
Questionado sobre a ideia defendida pelo
representante das Nações Unidas no país, de que a primeira tarefa do novo
presidente passa pela remodelação da chefia das Forças Armadas, Nabian disse
concordar com a posição.
Defende que a reforma seja extensiva à
todos os níveis do Estado guineense.
"Estou de acordo com as Nações
Unidas, tem que haver reforma, mas não é só a nível do setor de Defesa e
Segurança. Tem que ser a todos os níveis do Estado", afirmou Nuno Nabian.
O candidato presidencial esclarece,
contudo, que do seu ponto de vista a reforma não poderá significar mandar as
pessoas para casa sem critério.
"Acredito que é necessário
implementar a reforma no setor de Defesa e Segurança, mas tem que ser uma reforma
bem pensada, não se pode enviar alguém para casa só em nome da reforma",
observou Nuno Nabian.
Quanto à sua motivação para ser
presidente da Guiné-Bissau, Nabian diz estar na luta contra "os atrasos no
país", onde, diz, a juventude não tem escola e energia, não há saúde para
a população e onde ainda existe instabilidade permanente.
Nabian afirma ser preciso promover uma
"mudança positiva de rumo" no país em direção ao progresso.
Nuno Nabian, de 50 anos, engenheiro de
aviação civil formado na antiga União Soviética, é o atual presidente do
conselho de administração da agência guineense de aviação civil.
É a sexta personalidade guineense a
depositar a candidatura no STJ, depois de Mamadu Iaia Djaló, Domingos Quadé,
Paulo Gomes, Tcherno Djaló e Luis Nancassa. Lusa