segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

OPINIÃO: A INVENCIBILIDADE DO CABRALISMO


Dr. Ernesto Dabo | edabo49@hotmail.com
A primeira República apontou como desígnio da sociedade guineense a RECONSTRUÇÃO NACIONAL. Nada mais justo e coerente com o facto de que a proclamação do Estado, para lá do seu significado Jurídico-político, é o reassumir formal e integral da condução do nosso destino. Isso faz do organizarmo-nos em Estado ou construir o nosso Estado, tarefa central, vital, para o avanço e consolidação do processo de reconstrução nacional.

Por: Ernesto Dabo | edabo49@hotmail.com
Impondo o exercício da soberania que, em última instância, dentro e fora do território nacional, sejamos nós a conceber e tomar decisões, concernentes aos nossos interesses nacionais, então éramos, somos e seremos nós, cidadãos guineenses, enquanto povo ou nação, a assumir essa obrigação. Certo de que a isso chegaríamos, antes de criar bases de guerrilha, Amílcar Cabral criou uma instituição a que deu a designação de LAR, espaço em que iniciou os combatentes na cultura organizacional e instrução nos diversos domínios do saber militar e civil. Foi de lá que saíram os primeiros núcleos de guerrilheiros para formação no estrangeiro, que viriam a ser os primeiros comandantes da guerrilha do PAIGC. Quando isso sucedeu (1960), na colónia, Guiné portuguesa, já se estava acima de quatro séculos de dominação e do ponto de vista educativo, 99,07% da população estava fora do sistema educativo e tinha-se acabado de criar o primeiro e exíguo liceu em Bissau, reservado essencialmente a filhos de colonos e de funcionários coloniais. A partir deste quadro de nível educacional, não havia reservas humanas qualificadas, suficientes, para se constituir uma elite dirigente militar, só ou essencialmente com autóctones; daí que, tanto a guerrilha como essa componente essencial das forças coloniais, conhecida por Comandos Africanos, do ponto de vista operativo, acabaram por ser dirigidas principalmente por oficiais de muito baixo nível de formação escolar ou mesmo nula. Referir-se a isto, serve para dizer que as duas forças agindo no mesmo espaço, colheram ou recrutaram autóctones da mesma sociedade, presa a uma elevadíssima taxa de analfabetismo. Portanto nem o colono nem o colonizado conseguiram melhor, porque estavam ambos condicionados á realidade objectiva, ou seja, só com o que puderam fazer. Leia mais