Bissau,
04 fev (Lusa) - Paulo Gomes, um dos dez candidatos anunciados à presidência da
Guiné-Bissau, divulgou hoje uma carta aberta em que se diz disponível para
acordar apoios de quaisquer partidos ou entidades para uma "candidatura de
compromisso nacional".
O
candidato manifestou "o desejo" e "completa abertura" para
equacionar com "partidos políticos, entidades particulares e todas as
forças vivas da Nação (...) as modalidades de apoio" que lhe poderão conferir.
Na
carta aberta, Paulo Gomes disse que é melhor procurar "consensos" do
que haver candidaturas de "grande número de figuras", como é
"hábito" acontecer nas eleições guineenses.
"Para
alguns, esse fenómeno é interpretado como sinal de vitalidade da nossa
democracia, porém, para outros, onde me posiciono, isso tem revelado apenas a
incapacidade de (...) gerarmos consensos", escreveu no documento.
Para
o candidato, essa incapacidade implica o risco de serem feitas "escolhas
erradas".
Em
vez disso, considerou que todos devem pôr de lado as "amarras
partidárias" e a "rede de afetos e interesses pessoais, que em
diversas ocasiões têm tolhido o discernimento na hora de escolher os dirigentes".
O
economista e ex-quadro superior do Banco Mundial considerou estar à altura da
responsabilidade e ergueu como bandeiras da candidatura os jovens, o combate à
corrupção e a restauração da dignidade do cargo de Presidente da República e do
país.
A
carta aberta foi divulgada hoje junto dos meios de comunicação social, antes de
Paulo Gomes formalizar a entrega da candidatura às presidenciais no Supremo
Tribunal de Justiça, em Bissau.
A
deposição dos documentos será feita na quinta-feira, às 11:00.
Além
de Paulo Gomes, já anunciaram a intenção de se candidatarem à presidência da
Guiné-Bissau, nas eleições de 16 de março, Abel Incada, empresário e
vice-presidente da Câmara do Comércio da Guiné-Bissau (apoiado pelo PRS),
Afonso Té, líder do PRID, Partido Republicano da Independência e
Desenvolvimento (candidato da coligação de partidos Fórum Guiné-Bissau) e
Carlos Gomes Júnior, primeiro-ministro deposto.
Estão
também na lista Domingos Quadé, bastonário da ordem dos advogados da
Guiné-Bissau, Fernando Jorge d'Almada, quadro sénior na Comunidade Económica
dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e Hélder Vaz, ex-diretor-geral da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Completam
as candidaturas anunciadas Iaia Djaló, antigo ministro dos Negócios
Estrangeiros e líder do Partido da Nova Democracia (com apoio do PND), Nuno
Nabiam, engenheiro de aviação, presidente de agência de Aviação Civil e Tcherno
Djaló, antigo ministro da Educação da Guiné-Bissau. Lusa