O grupo dos 15 deputados expulsos do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), considera inaceitável, absurda e provocadora, “a política de fuga para frente” implementada pela direção daquela formação política [PAIGC], quer no concernente à reintegração dos expulsos, como ao processo de escolha dos delegados ao IX Congresso Ordinário desse partido.
A posição dos ´15´ foi tornada pública esta terça-feira, 09 de Janeiro de 2018, por Rui Diã de Sousa, em reação às deliberações saídas do Comité Central do PAIGC, das quais o grupo diz não constar um único ponto sobre a reintegração prevista, quer no âmbito do Acordo de Conacri quer no roteiro de Abuja e acusa, por isso, a direção do PAIGC de despeitar o instrumento saído de Conacri, sobretudo, no que se refere a ponto 10, bem como a vontade deliberada de ignorar o roteiro apresentado por José Mário Vaz à 52ª Cimeira de Chefes de Estado e do Governo da CEDEAO.
O grupo diz repudiar profundamente a forma como, o PAIGC continua a refugiar-se em “interpretações enganadoras e analogias infundadas”, em estabelecer uma ligação inaceitável, entre reintegração dos deputados expulsos e a nomeação de Augusto Olivais ao cargo de Primeiro-ministro, uma vez que, segundo elementos dos ´15, não existe nenhum ponto do Acordo de Conacri em que figura o nome de Augusto Olivais.
Numa comunicação sem direto às perguntas, o grupo afirma que as resoluções finais saídas da reunião do Comité Central do partido são uma “violação evidente” do Acordo de Conacri e recusa ao diálogo, para aplicação do roteiro apresentado pelo Chefe de Estado na 52ª da Cimeira da CEDEAO de Abuja, que recomenda aplicação consensual do mesmo que, inclui a reintegração imediata e sem condições dos expulsos e suspensos do partido, passando pela anulação das assembleias e conferências , de bases às regiões.
Neste sentido, o grupo alerta aos militantes e dirigentes do partido, bem como as comunidades nacional e internacional, em particular à CEDEAO e todas as entidades envolvidas na busca de soluções à crise interna no PAIGC sobre o que chama de “má fé, a falta de vontade política, o entrave e as manobras dilatórias e demagógicas” que diz a direção do partido tem demonstrado reiteradas vezes, fingindo que está a cumprir o Acordo de Conacri.
Finalmente, os ´15´ dizem-se determinados em continuar a respeitar o documento e o roteiro de Abuja, pelo que se mantém disponíveis em estabelecer com atual direção do partido, antes de 16 de Janeiro do ano em curso, um espaço de diálogo para fim da crise e estabilização definitiva da vida política e socioeconómica do país.
Por: Filomeno Sambú