quarta-feira, 12 de novembro de 2014

EDITORIAL: DESAFIOS DE EMPRESÁRIOS NACIONAIS E ESPAÇO ECONÓMICO DA CEDEAO

 
A realização de Fórum Empresarial da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP), na nossa capital, Bissau, é uma prova inequívoca que realmente a nossa classe empresarial tem pela frente um enorme desafio ao colocar sobre os seus ombros a visão do conceito “Guiné-Bissau Porta da Entrada” dos Empresários do espaço económico lusófono na Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
 
É preciso, tal como no jornalismo nacional, definir, nesta situação amalgama quem é realmente empresário que tenha uma visão clara do empreendedorismo. Com certeza, um verdadeiro empresário nacional não é aquele que vende três vezes cem sacos de açúcar que adquiriu na vizinha República da Guiné-Conacri. O facto de vender 300 sacos de açúcar não o confere ferramentas e conhecimentos suficientes para fazer face aos desafios de competividade no espaço económico regional.
 
O nosso país precisa, na realidade, de ter verdadeiros empresários adoptados da visão e de conhecimento para enfrentar os desafios da competividade empresarial no perímetro económico regional e não de comerciantes informais que vendem sacos de açúcar no mercado de Badim, de Bairro Militar ou de Caracol sem uma visão de construir um projecto empresarial para concorrer aos fundos estruturais no espaço da CEDEAO.
 
Um empresário que não esteja adoptado da visão e de conhecimentos empresariais para fazer face a competividade não será, com certeza, um empresário de século XXI. Nos tempos em que vivemos e a competividade de que estamos no mercado, exige de nós uma visão e um conhecimento empresarial para a construção de projectos e programas que nos permitam concorrer aos fundos para a reabilitação do nosso sector privado nacional.
 
Se no nosso país não possuirmos empresários capazes de enfrentar os desafios de competividade, tudo indica que não temos – corremos o risco de sermos os empregados dos empresários da CPLP que servirão dos nossos comerciantes do mercado de Bandim para obter benefícios económicos e empresariais para as economias dos seus país e nos deixam apenas migalhas de pão insuficientes para agilizar e dinamizar todo o nosso sector privado e fazer crescer a economia nacional.
 
Sermos pura e simplesmente empregados dos outros terá custos sociais incalculáveis para o nosso país. Por isso, a realização de Fórum dos Empresários da CPLP na nossa capital, foi de certa forma, uma advertência aos verdadeiros empresários nacionais e ao governo de Domingos Simões Pereira dos enormes desafios da competividade que o nosso país tem pela frente.
 
Por outro lado, é uma prova de que os empresários nacionais têm que ser capazes de ancorar um rendimento para economia nacional com a nossa bandeira. Essa nossa bandeira não pode ser um mero discurso para servirmos de empregados dos interesses dos outros países falantes da língua de Camões. Se assim for, é porque vendemos o ideal da nossa integração no espaço económico da CEDEAO.
Os empresários nacionais não podem nem devem ser meros captadores de fundos estruturais cujos rendimentos tenham mais impactos nas economias dos nossos aliados da CPLP de que na nossa própria economia.

 Por: António Nhaga
Director-Geral/Editor
 
Caro António Nhaga, subscrevo a sua análise.