sexta-feira, 4 de março de 2016

CHIMPANZÉS INCLUI IMAGENS DA GUINÉ-BISSAU COMO PROVA - ESTUDO

Descoberta de ritual enigmático de chimpanzés inclui imagens da Guiné-Bissau como prova - estudo
DSP na foto
 
As imagens de chimpanzés da Guiné-Bissau a atirar e a acumular pedras em árvores estão incluídas num trabalho científico que admite ter descoberto um ritual ainda por explicar, disse hoje à Lusa fonte ligada ao trabalho.
 
"Isto representa o primeiro registo de observações repetidas de chimpanzés que usam pedras para outros fins" além da alimentação, refere o estudo assinado por Hjalmar S. Kühl, Ammie K. Kalan e dezenas de outros investigadores - grande parte ligada ao instituto Max Planck, na Alemanha.
 
O trabalho baseia-se em imagens recolhidas em quatro locais da África Ocidental, entre os quais a região do Boé, leste da Guiné-Bissau, onde o projeto Chimbo, liderado por holandeses, colocou câmaras de vigilância há cinco anos.

"A incorporação de ferramentas de pedra para rituais dos chimpanzés é uma descoberta e, de acordo com os nossos dados, pode ser uma tradição cultural socialmente aprendida em populações limitadas de chimpanzés da África Ocidental", acrescenta.
 
A razão de ser do ritual permanece um mistério: os investigadores concluem que é necessário continuar com as pesquisas para compreender para que serve aquela praxe dos chimpanzés - um animal em vias de extinção.
 
O trabalho foi publicado no site "Scientific Reports" do grupo editorial Nature a 29 de fevereiro e destaca a importância do assunto pela implicações que pode ter na compreensão da história da humanidade.
 
"A exibição de um comportamento ritualizado" de um primata próximo do homem, de atirar pedras e acumulá-las "em locais particulares, pode ter implicações nos estudos sobre as origens de locais de culto" de seres humanos, refere o estudo.
 
De acordo com a associação Chimbo, que intervém em parceria com o Instituto da Biodiversidade e Áreas Protegidas (IBAP) da Guiné-Bissau, existem cerca de 700 chimpanzés no Boé.

LFO // PJA