sábado, 4 de junho de 2016

PARTIDO SOCIALISTA DA GUINÉ-BISSAU: COMUNICADO DE IMPRENSA


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Os 18 partidos políticos sem assento parlamentar decidiram retirar esta sexta-feira, 03 de junho de 2016, o apoio ao novo governo liderado por Baciro Dja, um dos 15 deputados dissidentes do PAIGC.
O grupo dos 18 partidos disse ter sido “utilizado e manietado” por gente que classifica de“pouca séria e responsável”.

Numa missiva enviada ao Presidente da República, aos 15 deputados dissidentes e ao Partido da Renovação Social (PRS), os 18 partidos dizem acreditar que o governo de Baciro Djá não será capaz de conduzir os destinos do país de forma séria e transparente.
Os subscritores da carta defendem a devolução da palavra ao povo guineense para que se pronuncie de novo nas urnas sobre quem deverá conduzir o país.
Apesar da sua posição pouco favorável em relação aquilo que chama de “injustiça e de falta de honra e palavra dos 15 deputados da nação expulsos do PAIGC”, os 18 partidos sem assento parlamentar não vêm os motivos que possam consubstanciar no seu abandono da luta pela legalidade em prol de um Estado de Direito Democrático e ainda pela Constituição da República e demais leis do país.
Uma legalidade que o grupo quer, segundo a carta, estender ainda mais para travar os “desmandos e a corrupção no aparelho de Estado” conduzido também por gente “pouca séria e sem palavra”.
Os dezoito partidos políticos revelam ainda que no encontro tido com Primeiro-Ministro, Baciro Djá, foi-lhes transmitido por este, que embora sendo apoiantes desde primeira hora da causa dos15 deputados “inconstitucionalmente expulsos da ANP”, não fariam parte da estrutura do novo governo.
Incrédulo perante às declarações do representante dos 15 deputados no governo, o grupo lembra, na mesma carta, das promessas que sempre nortearam o relacionamento entre os 15 deputados e os 18 partidos naquilo que seria formato para formação, no futuro, de um governo amplo e de consenso que incluísse as 18 formações políticas.
“Foram longos e penosos dez meses em que os partidos apoiantes teriam sido vítimas de perseguições, marginalizações e o acantonamento da vida política no país”, acrescenta a missiva dos 18 partidos sem assento parlamentar.
O grupo rejeita argumentos apresentados por Baciro Djá em como as negociações encetadas com o PRS haviam sido “bastante difíceis”, facto que não permitiu ter margem de manobra para honrar as promessas feitas relativamente à participação dos 18 partidos no seu governo.
Finalmente e, de forma irónica, os 18 partidos sem assento parlamentar agradecem ao Baciro Djá pelas suas “generosas ofertas” para os lugares que qualificam de “minoridade”, nomeadamente conselheiros e administradores de empresas públicas.
Por: Filomeno Sambú