quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

CARLOS GOMES JÚNIOR PRETENDE FIXAR RESIDÊNCIA EM CABO VERDE – JORNAL A NAÇÃO

Carlos Gomes Júnior (na Foto), empresário e político da Guiné-Bissau, está há cerca de um mês na cidade da Praia na companhia da família. Ao que consta o mesmo pretende fixar-se em Cabo Verde, onde possui vários bens, até poder regressar em definitivo ao seu país.
O ex-primeiro-ministro e candidato à Presidência da Republica da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, está, uma vez mais, na cidade da Praia, ao que consta, com “armas e bagagens”, trocando Lisboa (Portugal) por Cabo Verde.
Segundo fontes próximas daquele político, o mesmo foi contudo aconselhado a ser o mais discreto possível para evitar interpretações que possam afectar as já por si combalidas relações com o governo de transição de Bissau. Supostamente, por causa disso, Cadogo Júnior vem “fugindo” dos jornalistas que já tentaram abordá-lo junto da sua residência no Palmarejo.
Contudo, uma fonte governamental, sob anonimato, recusou tal justificação, dizendo não haver qualquer pedido oficial de Cadogo para fixar-se neste arquipélago. Além disso, sublinhou, “não há nada que o impeça de se estabelecer no nosso país. Inclusive ele é casado com uma cidadã cabo-verdiana, com quem tem filhos, e, se quiser, pode requer a nacionalidade cabo-verdiana”.
“Aliás”, prossegue a mesma fonte, “vivendo a mulher em Cabo Verde, o senhor Carlos Gomes tem vindo regularmente ao nosso país para ver a família. O que acontece é que desta vez a estada dele tem sido mais prolongada, provavelmente por causa da quadra festiva em que nos encontramos”.
Em relação à uma eventual participação de Carlos Gomes Júnior nas próximas eleições presidenciais na Guiné-Bissau, previstas para 2014, as fontes do A NAÇÃO referem que aquele político continua a ser aconselhado a não regressar ao seu país por absoluta falta de segurança. Aliás, por causa disso, neste momento, há quem considere que ele já não tem como reassumir a liderança do seu partido, PAIGC, o que por si lhe retira uma importante base de apoio na disputa à Presidência da República.
De recordar que a Guiné-Bissau vive um período de transição desde o golpe de Estado que, a 12 de Abril do ano passado, afastou o governo eleito e interrompeu a segunda volta das eleições presidenciais em que Cadogo aparecia como o potencial vencedor.
Desde então, o Presidente interino, Raimundo Pereira (que ocupava o cargo na sequência da morte do Presidente eleito Malam Bacai Sanhá), e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, tiveram que se exilar em Portugal, juntamente com outras personalidades próximas de Cadogo. Neste momento esforços vêm sendo feitos para que o país volte à normalidade democrática, o que passa por novas eleições gerais, previstas de momento para 16 de Março do próximo ano.
Cabo Verde, apesar de não ter aceitado o golpe de Estado, já se dispôs a prestar ajuda técnica ao próximo processo eleitoral, reiterando igualmente a sua disponibilidade de apoiar a reforma das Forças Armadas na Guiné.
De acordo com a nossa fonte, há duas semanas, o actual primeiro-ministro guineense, Rui de Barros, encontrou-se, no aeroporto da Praia, com o seu homólogo José Maria Neves, durante uma escala técnica que o levou a Paris. Fora isso, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Delfim da Silva, tem-se avistado regulamente com o seu colega cabo-verdiano, Jorge Borges, nos encontros internacionais.
 A ideia, segundo a nossa fonte, é ajudar Bissau a regressar o mais depressa possível à normalidade democrática, pese embora continue a pôr-se o problema da interferência dos militares na vida política daquele país irmão.
Fonte: A Nação